Desigualdades raciais na mortalidade de adolescentes

Arquivos suplementares

artigo

Palavras-chave

Mortalidade
Adolescentes
Racismo
Desigualdade racial

Como Citar

Volochko, A. (2006). Desigualdades raciais na mortalidade de adolescentes: determinação biológica social ou racismo institucional. Boletim Do Instituto De Saúde - BIS, (40), 7–9. Recuperado de https://periodicos.saude.sp.gov.br/bis/article/view/37411

Resumo

O mito da democracia racial, construído pelo modelo de relações raciais no Brasil, ao negar o racismo (FREIRE, 1933; PIERSON, 1971) e, conseqüentemente, ao não analisar os indicadores de saúde desagregados por cor, ocultou, durante muito tempo, as desigualdades na situação de saúde da população preta e parda comparada com a da população branca. Por isso se utiliza a classificação de cor atual da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE): branca, preta, parda, amarela, indígena e não informada, onde o termo ‘negro’ refere-se ao conjunto de pretos e pardos. Todavia, desde o primeiro Censo da população brasileira (1872), o quesito cor vem sendo colhido e analisado, exceto em 1900, 1920 e 1970 (PETRUCELLI, 2000), revelando a situação socioeconômica desfavorável da população negra. A distribuição da população brasileira por cor e sexo variou regionalmente, em 2000, levantando questões complexas sobre os critérios de classificação por cor e seu significado que não serão aqui abordados. No Censo daquele ano, a proporção de pessoas sem informação sobre cor era desprezível.

Referências

BARBOSA, M.I.S. Racismo e Saúde. Tese [Doutorado] - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998.
BARROS, R.P. et al. Vivendo em sobressalto: composição étnica e dinâmica conjuntural do mercado de trabalho. VII Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Anais, 2, 1990.
CHAIA, M. Negro: entre o trabalho forçado e o trabalho restrito. São Paulo: São Paulo em Perspectiva, 1988. 2(2): 38-43. CUNHA, E.M.G.P. da. Condicionantes da mortalidade infantil segundo raça/cor no Estado de São Paulo, 1997-1998. Tese (Doutorado) - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, 2001.
FREYRE, G. Casa Grande & Senzala: Formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Rio de Janeiro: Schmidt, 1933.
HASENBALG, C.A. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1979. IANNI, O. 1991. A questão racial no Brasil. In CEDEPLAR. Desigualdade Racial no Brasil Contemporâneo. Belo Horizonte, CEDEPLAR/FACE/UFMG, 1979.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde Brasil, 2005 – Uma Análise da Situação de Saúde do Ministério da Saúde. Brasília, 2005.
PIERSON, D. Brancos e pretos na Bahia. Estudo de contato social. São Paulo: Ed. Nacional, 1971.
VOLOCHKO, A. Mortalidade evitável na região Sul do Brasil, 2000: Desigualdades raciais e sexuais. Tese (Doutorado) - Coordenadoria de Controle de Doenças, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, 2005.

Downloads

Não há dados estatísticos.