Resumo
Este artigo objetiva analisar o noticiário veiculado pelo jornal O Estado de São Paulo sobre o evento “surto de peste em Santos” ocorrido entre agosto de 1899 e fevereiro de 1900, identificando a participação dos atores envolvidos e suas representações oficiais, analíticas e ideológicas. A pesquisa utilizou as edições de O Estado do período como fonte primária e realizou uma revisão bibliográfica contextualizada sobre o tema. O Serviço Sanitário agia muito, o que não substituía seus recursos escassos: havia pouco soro antipestoso, sendo que Vital Brasil não levaria menos de três meses para aprontar a primeira partilha. Ademais, muitas dúvidas cercavam sua eficácia, já que o soro Yersin estava em debate. A peste, em si, permanecia poderosa: ao enfrentá-la nos laboratórios, até mesmo os maiores especialistas se puseram em risco. Além de Vital Brasil ter caído doente, Oswaldo Cruz, quando esteve em Santos para informar sobre a situação do surto o governo federal, ficou vários dias sob suspeita da doença. O Serviço Sanitário entrou no enfrentamento da peste bubônica como quem iria enfrentar a febre amarela e, por isso, embora tenha prometido, não conseguiria pôr em funcionamento os banhos de desinfecção na Hospedaria dos Imigrantes.
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