Alguns aspectos da saúde pública e do urbanismo higienista em São Paulo no final do século XIX
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Palavras-chave

Urbanismo higienista
Saúde pública
Cortiços
Isolamento
História da ciência

Como Citar

Mastromauro, G. C. (2010). Alguns aspectos da saúde pública e do urbanismo higienista em São Paulo no final do século XIX. Cadernos De História Da Ciência, 6(2), 45–63. https://doi.org/10.47692/cadhistcienc.2010.v6.35799

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir aspectos da história da cidade de São Paulo no final do século XIX na perspectiva do urbanismo higienista. Com o alto índice de epidemias e de insalubridade em locais públicos e privados, as preocupações e a problematização da cidade neste período indicavam a necessidade de intervenções sanitárias severas no ambiente urbano, de modo a fazer dele um lugar limpo e agradável a seus habitantes. Os objetivos tinham por foco a higiene urbana. Assim, a partir do século XIX, uma lógica de salubridade passa a se impor para as cidades, utilizando ideais de higiene elaboradas por médicos higienistas combinados com a técnica desenvolvida pelos engenheiros sanitaristas. Dessa forma, o diálogo entre os diversos profissionais se estabelece, atuando complementarmente. Como pano de fundo desse debate encontra-se duas teorias médicas que serviram como base para as intervenções no meio urbano: a teoria miasmática e a teoria bacteriológica. Interessa especificamente neste artigo combinar o debate das duas teorias com as técnicas de desinfecção e isolamento promovidas pelo Estado a partir da denúncia de um local insalubre. Dentro desse contexto, a presente comunicação se restringe a entender como as teorias médicas influenciaram as ações empregadas na cidade de São Paulo nas regulamentações e intervenções feitas aos doentes e às moradias insalubres que surgiram no final do séc. XIX.

https://doi.org/10.47692/cadhistcienc.2010.v6.35799
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Referências

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