Vigilância epidemiológica das incapacidades oculares em hanseníase
Palavras-chave:
hanseníase, manifestações oculares, epidemiologiaResumo
Após avaliação dos dados de incapacidades oculares disponíveis nas fichas epidemiológicas de hansenfase do ano de 1989, no Estado de São Paulo, constatou-se a necessidade de mudanças de critérios do grau de incapacidade ocular, para aumentar a sensibilidade. Desde 1990, o Programa de Controle da Hansenfase em conjunto com o Serviço de Oftalmologia Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo intensificou os treinamentos na detecção, prevenção e tratamento das incapacidades oculares. Um grupo de técnicos foi designado para modificar a padronização dos procedimentos e os critérios para a classificação do grau de incapacidade, de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde. Com o objetivo de avaliar as modificações da padronização dos critérios foram analisadas as fichas de notificação epidemiológica dos anos de 1989, 1993 e 1996. No ano de 1989, foram detectados 3210 casos de hanseníase, dos quais 72 (2,2%) apresentaram incapacidades oculares. Em 1993, 2927 casos de hanseníase foram notificados, sendo que 130 (5,3%) tinham incapacidades oculares. Em 1996, dos 2915 casos detectados, 164 (6,9%) apresentaram algum grau de incapac idade ocular Os casos multibacilares mostraram uma proporção maior de
incapacidades oculares do que os paucibacilares (p < 0,05). As modificações adotadas para o diagnóstico das alterações oculares e os treinamentos realizados contribuíram para um aumento significativo da notificação do número de casos com alterações oculares, principalmente grau I (hipoestesia corneana) e grau II (lagoftalmo, triquíase e opacidade corneana). Este aumento não indica piora da endemia ou mesmo
diagnóstico mais tardio, e sim melhora operacional.
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