Identificação de antropofagia em fêmeas de Aedes aegypti visualmente classificadas como não ingurgitadas

Autores

  • Valdemir Orestes Garrido Júnior Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Laboratório de Entomologia Aplicada (LLEnA), Marília. São Paulo, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.57148/bepa.2020.v.17.33998

Palavras-chave:

Aedes, Controle de Vetores, Entomologia/métodos, ELISA

Resumo

Recentemente o Brasil sofreu com diversas epidemias de diferentes arboviroses, acometendo milhares de pessoas. Devido a isso, as autoridades de saúde pública têm realizado estudos de novas estratégias de combate ao mosquito Aedes aegypti, visando diminuir o número de pessoas afetadas por essas doenças, tanto por medidas de controle da infestação, quanto por medidas que visam diminuir o contato homem-vetor. Esse estudo teve como objetivo analisar fêmeas de Aedes aegypti classificadas como estágio 1 de Sella e evidenciar sua importância como parâmetro de avaliação de estratégias de diminuição do contato homem-vetor. O método utilizado para investigar a proporção de fêmeas que se alimentaram de sangue humano foi o ensaio imunoenzimático (ELISA). As fêmeas de mosquitos processadas nesse estudo foram capturadas em 3 regiões distintas da cidade de Marília-SP. Os ensaios evidenciaram a importância do processamento de fêmeas em todos os graus de digestão sanguínea, pois mesmo as que visualmente não continham a presença de sangue em seu abdômen apresentaram alto percentual de positividade para sangue humano. Demonstra-se que a utilização da proporção de fêmeas alimentadas com sangue humano pode ser um índice interessante para avaliar estratégias protetivas de diminuição do contato homem-vetor.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

1. Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde. Monitoramento dos casos de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 48, 2015; 2015 p. 1 a 9.
2. Lebrum G, Chadda K, Reboux A-H, Martinet O, Gaüzère B-A. Guillain-Barré Syndrome after Chikungunya Infection. Emerging Infectious Diseases, 2009; 15(3): 495-6. Disponível em http://doi.org/10.3201/eid1503.071482
3. Nóbrega MEB, Araújo ELL, Wada MY, Leite PL, Dimech GS, Pércio J. Surto de síndrome de Guillain-Barré possivelmente relacionado à infecção prévia pelo vírus Zika, Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2015. Epidemiol. Serv. Saúde. 2018 Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222018000200309&lng=en; 2018
4. Vargas A, Saad E, Dimech GS, Santos RH, Sivini MAVC, Albuquerque LC, et al. Características dos primeiros casos de microcefalia possivelmente relacionadas ao vírus Zika notificados na região Metropolitana de Recife, Pernambuco. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2016; 25(4): 691-700 Disponível em http://doi.org/10.5123/S1679-497442016000400003
5. Ventura CV, Maia M, Ventura BV, Linden VV, Araújo EB, Ramos RC, Et al. Ophtalmological Findings in infantswith microcephaly and presumable intra-uterus Zika vírus infection. ArqBrasOftalmol [online]. 2016; 79(1): 1-3 Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-2749201600010002&Ing=en
6. Oliveira CS, Vasconcelos PFC. Microcefalia e vírus Zika. J Pediatr.(RJ) [internet]. 2016; 92(2): 103-105 Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S002175572016000200103&Ing=en. Consoli R, Oliveira R. Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil. Rio de Janeiro, RJ: Editora FIOCRUZ; 1994.
7. Forattini OP. Culicidologia Médica: identificação, biologia, epidemiologia Vol 2. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2002
8. Gomes AC. Medidas dos níveis de controle para aedes (stegomya) aegypti e aedes (stegomya) albopictus em Programa de Vigilância Entomológica. Inf. Epidemiol. Sus [internet]. 1998; 7(3): 49-57. Disponível em http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010416731998000300006&lng=pt.
9. Focks DA. A review of entomological sampling methods and indicators for dengue vectors. Gainsville: World Health Organization; 2003
10. Reiter P,Nathan MB. Guidelines for assessing the efficacy of insecticidal space sprays for control of the dengue vector Aedes aegypti. Geneva: World Health Organization; 2001.
11. Sella M. Relazione della campagna anti-anofelica di Humicino (1919) con speciale riguardo alia biologia degli Anofelied agli Anofeli infetti.
Ann. lgiene, 1920; 30: Supp. 85.
12. Charlwood JD, Rafael JA, Wilkes TJ. Métodos de determinar a idade fisiológica em Diptera de importância médica. Uma revisão com especial referência aos vetores de doenças na América do Sul. ACTA AMAZONICA 10(2): 311-33. 1980
13. Clements AN. The biology of mosquitoes. London, Chapman e Hall, 1992, Vol1 Development, nutrition and reproduction.
14. Detinova TS. Age-grouping methods in diptera of medical importance. Geneva. World Health Organization. 1962
15. Chow E, Wirtz RA, Scott TW. Indentification of blood meals in Aedes aegypti by antibody sandwich enzymelinked immunosorbent assay. J. Am.
Mosq. Control. Assoc. 1993; 9: 196-205.
16. Mucci LF, Cardoso Júnior RP, Paula MB, Scandar SAS, Pacchioni ML, Fernandes A, et al. Feeding habits of mosquito (Diptera: Culicidae) in area of sylvatic transmission of yellow fever in the state if São Paulo, Brazil. J. Venom. Anim. Toxins. Incl. Trop. Dis[internet]. 2015; 21:1-10 Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-91992015000100316&Ing=en.
17. Marassá AM, Rosa MDB, Gomes AC, Consales CA. Biotin/avidinsandwichenzymelinkedimmunosorbentassay. J. Venom. Anim. Toxins. Incl. Trop. Dis
[internet]. 2008; 14(2):303-3 Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-91992008000200008&Ing=en.
18. Laporta GZ, Crivelaro TB, Vicentin EC, Amaro MS, Sallum MAM. CulexnigripalpusTheobald (díptera, Culicidae) Feedinghabitatthe Parque
Ecológico do Tietê, São Paulo, Brasil. Rev. Bras. Entomol [Internet]. 2008; 52(4): 663-668. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.phpcript=sci_arttext&pid=S0085-56262008000400019&Ing=en.19. Laporta GZ. Ecologia de Culexquinquefasciatus e de
Culexnigripalpus no Parque Ecológico do Tietê, São Paulo, Brasil. [Dissertação de Mestrado]. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 2008.
20. Sei IA. Dípteros da Sub-Família Phlebotominae: Padronização da Técnica imunoenzimática (ELISA) para detecção de fontes alimentares sanguíneas. São Paulo. [Dissertação de Mestrado]. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 2009.
21. Clark GG, Seda H, Gubler DJ. Use of the “CDC backpak aspirator’’ for surveillance of Aedes aegypti in San Juan Puerto Rico. J. Am. Mosq. Control. Assoc. 1994;10: 119-24.
22. World Health Organization. Manual on pratical entomology in malaria /prepared by WHO Division of Malaria and Other Parasitic Diseases. Geneva. 1995
23. Anjolette AF, Andrighetti MTM, Macoris MLG. Elaboração do procedimento operacional padrão para protocolo de identificação para hábito alimentar de sangue humano por métodos imunoenzimático de culicídeos, para o laboratório de entomologia aplicada da superintendência de controle de endemias. Marília: SUCEN: 2018.
24. Macoris MLG, Mazine CAB, Andrighetti MTM, Yasumaro S. Factors favoring houseplant container infestation with Aedes aegypti larvae in Marília, São Paulo, Brazil. Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public Health 1(4); 1997
25. Braga I, Valle D. Aedes aegypti: inseticidas, mecanismos de ação e resistência. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília,16(4):279-93; 2007
26. Macoris MLG. Mecanismos de resistência de Aedes aegypti L. (Diptera:Culicidae) a inseticidas [tese de doutorado]. Botucatu: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESP; 2011
27. Lopez N, Nozawa C, Linhares REC. Características gerais e epidemiologia dos arbovírus emergentes no Brasil. Rev Pan-Amaz Saude 5(3):55-64; 2014
28. Mugisha F, Arinaitwe J. Sleeping arrangements and mosquitos net use among under-fives:results from the Uganda Demografic and Health Survey. Malaria Jour. 2003;2(40): 1-10
29. World Health Organization. Vector control operations framework for Zika virus. WHO Department of Control of Neglected Tropical Diseases. Geneva. 2016
30. Santiago AC. Uso de repelentes naturais como estratégia de controle do Aedes aegypti: uma revisão de literatura. [monografia de bacharelado].
Governador Mangabeira – Ba, Faculdade Maria Milza 2017.
31. Deus JT. Hábito alimentar de Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus e sua implicação na capacidade reprodutiva. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 2011.

Downloads

Publicado

2020-01-31

Como Citar

1.
Garrido Júnior VO. Identificação de antropofagia em fêmeas de Aedes aegypti visualmente classificadas como não ingurgitadas. Bepa [Internet]. 31º de janeiro de 2020 [citado 19º de abril de 2024];17(193):1-12. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/33998

Edição

Seção

Artigo Original