Soroprevalência e determinantes sociais de sífilis em uma penitenciária feminina do interior do estado de São Paulo

Autores

  • Paulo Eduardo de Mesquita Universidade do Oeste Paulista
  • Adriano Messias de Souza Universidade do Oeste Paulista
  • Karen Sayuri Sato Universidade do Oeste Paulista
  • Vanessa Laura dos Santos Universidade do Oeste Paulista
  • Azania Mahim José Libano Silva Universidade do Oeste Paulista
  • Gabriela Melo Nogueira Universidade do Oeste Paulista
  • Ingrid Eloise Trombine Batista Universidade do Oeste Paulista
  • Isabela Melo Nogueira Universidade do Oeste Paulista
  • Milena Ferruzzi Ederli Universidade do Oeste Paulista
  • Marilia Ferruzzi Ederli Universidade do Oeste Paulista
  • Édima de Souza Mattos Universidade do Oeste Paulista

DOI:

https://doi.org/10.57148/bepa.2021.v.18.37201

Palavras-chave:

Sífilis, Mulheres, Penitenciárias, Epidemiologia, Determinantes Sociais da Saúde

Resumo

Objetivo: Estimar a prevalência de Sífilis em mulheres privadas de liberdade da
Penitenciária feminina de Tupi Paulista/SP e os determinantes sociais da saúde associados
à sua prevalência. Métodos: Esta é uma pesquisa transversal, investigativa de campo, com
seleção randomizada das participantes. Após assinatura do TCLE, foram realizadas entrevistas
individuais para coleta de fatores sócio demográficos e o teste rápido treponêmico para
coleta das amostras de sangue para posterior análise da soroprevalência. Estatística
descritiva foi calculada para reportar as características da amostra e análises de regressão
logística univariada e multivariada foram utilizadas para investigar a associação entre as
características da amostra e a prevalência de sífilis e obter Razão de Chance (RC) e 95%
Intervalo de Confiança (IC). Resultados: A amostra final do presente estudo foi constituída
de 289 participantes, sendo que os resultados dos testes treponêmicos detectaram
sífilis em 16 mulheres da penitenciária feminina (5,5%). Apenas o uso de drogas ilícitas
permaneceu no modelo final demonstrando associação significativa com a prevalência de
sífilis. Houve associação entre as participantes que relataram usar drogas ilícitas há mais
de 5 anos comparada com aquelas que reportaram não serem usuárias com a ocorrência
de sífilis (RC: 5,44; 95% IC: 1,10; 27,05). Conclusão: Nosso estudo encontrou prevalência
de soropositividade do teste treponêmico para sífilis no grupo de reeducandas do Presídio
Feminino de Tupi Paulista de 5,5%. O uso de drogas foi o único fator que apresentou correlação
significante com a soropositividade do teste treponêmico na análise multivariada.

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Publicado

2021-10-31

Como Citar

1.
Eduardo de Mesquita P, Messias de Souza A, Sayuri Sato K, Laura dos Santos V, Mahim José Libano Silva A, Melo Nogueira G, Eloise Trombine Batista I, Melo Nogueira I, Ferruzzi Ederli M, Ferruzzi Ederli M, de Souza Mattos Édima. Soroprevalência e determinantes sociais de sífilis em uma penitenciária feminina do interior do estado de São Paulo. Bepa [Internet]. 31º de outubro de 2021 [citado 29º de março de 2024];18(214):36-51. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37201

Edição

Seção

Artigo Original