Estar/ser no mundo com hanseníase: Qual é o meu lugar?

Autores

  • Francisca Patrícia Barreto de Carvalho 1 Doutorado/ Universidade Federal do Rio Grande do Norte - (Professor adjunto IV)
  • Clélia Albino Simpson 2 PhD/ Universidade de Évora
  • Francisco Arnoldo Nunes de Miranda Doutorado/ Universidade de São Paulo
  • Érika Simone Galvão Pinto Doutorado/Universidade Federal do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2016.v41.34991

Palavras-chave:

Hanseníase, Cuidados de Enfermagem, Estigma Social, Preconceito

Resumo

As pessoas vivendo com Hanseníase têm sua autoimagem maculada pelas lesões causadas pela doença, reações hansênicas e pela discriminação. Apesar de ser um problema antigo e de haver campanhas educativas para combatê-lo, o estigma está presente no cotidiano destas pessoas e desafia os profissionais que tem uma lacuna em seu saber no que concerne ao manejo do mesmo na sociedade e em seu fazer profissional. Este artigo objetiva refletir sobre o estigma e o cuidado da enfermagem a partir da fenomenologia ontológica de Martin Heidegger. O cuidado humanístico na perspectiva de ser-com-outro, de reconhecer o cuidado como ontológico e a negação do mesmo como desenraizante e desumanizante se coloca como alternativa para este enfrentamento e superação trazendo para a enfermagem o outro como parceiro na construção do cuidado, como um ser humano que vive aquele instante do encontro com o profissional em um ser-no-mundo repleto de significado e possibilidades.

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Publicado

30-11-2016

Como Citar

1.
Carvalho FPB de, Simpson CA, Miranda FAN de, Pinto Érika SG. Estar/ser no mundo com hanseníase: Qual é o meu lugar?. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2016 [citado 28º de março de 2024];41(1/2):99-104. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/34991

Edição

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