Hanseníase e Estigma

Autores

  • Jubel Barreto Doutor em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - IMS/UERJ - e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFJF.
  • Jéssica Miquelitto Gasparoni Discente de Graduação da Faculdade de Medicina da UFJF.
  • André Landucci Politani Discente de Graduação da Faculdade de Medicina da UFJF.
  • Lorena Moreira de Rezende Discente de Graduação da Faculdade de Medicina da UFJF.
  • Tainah Sena Edilon Discente de Graduação da Faculdade de Medicina da UFJF.
  • Victor Gustavo Fernandes Discente de Graduação da Faculdade de Medicina da UFJF
  • Vinícius Magaton Lima Discente de Graduação da Faculdade de Medicina da UFJF.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2013.v38.35072

Palavras-chave:

Hanseníase, Estigma Social, Antropologia Médica

Resumo

Representações sociais são compreendidas como estruturas dinâmicas que regulam as escolhas e ações dos sujeitos e dos grupos em diferentes situações da vida, em especial nos episódios de adoecimento. Raras são as doenças em que, como na lepra, se encontra tão evidenciada a associação entre doença e estigma, deformidade física e condenação moral. Com o objetivo de comparar as representações sociais de uma geração de pacientes que passou pela internação compulsória com o diagnóstico de lepra e outra mais tarde tratada ambulatorialmente com o diagnóstico de hanseníase, indaga-se em que medida permanecem invariáveis alguns dos traços da milenar representação estigmatizante da lepra, apesar das mudanças havidas na denominação e na compreensão da natureza e do tratamento da doença.

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Publicado

30-11-2013

Como Citar

1.
Barreto J, Gasparoni JM, Politani AL, Rezende LM de, Edilon TS, Fernandes VG, Lima VM. Hanseníase e Estigma. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2013 [citado 19º de abril de 2024];38(1/2):14-25. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35072

Edição

Seção

Artigos originais