Avaliação das incapacidades físicas em ex-portadores de hanseníase da época do isolamento compulsório

Autores

  • Michele Albuquerque Jales Carvalho Mestranda em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará. Graduada em Enfermagem pela Universidade de Fortaleza.
  • Naira Thais Bezerra Lopes Graduada em Enfermagem pela Universidade de Fortaleza.
  • Tamyssa Simões dos Santos Mestre em Educação Médica pelo Instituto Universitário Italiano de Rosário - IUNIR, AR. Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário CESMAC.
  • Karen da Silva Santos Mestranda em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo - USP. Graduada em Enfermagem pela USP
  • Priscila Galo Farnocchi Graduanda em Enfermagem. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
  • Clodis Maria Tavares 6 Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo - USP. Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará - UFC.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2013.v38.35075

Palavras-chave:

Epidemiologia, Hanseníase, Saúde Pública, Enfermagem

Resumo

A hanseníase afeta milhares de brasileiros anualmente, destes um número significativo apresenta graus de incapacidade física I e II. O Objetivo deste estudo foi conhecer o perfil sociodemográfico e as principais incapacidades físicas instaladas em pessoas que tiveram hanseníase na época do isolamento compulsório. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, que avaliou 26 residentes de um ex-hospital colônia, hoje designado Centro de Convivência, localizado na cidade de Maracanaú - CE. Foi utilizado um questionário para definir o perfil sociodemográfico e o formulário de avaliação neurológica simplificado, preconizado pela OMS para identificar o grau de incapacidade física. Os dados foram coletados e armazenados em uma planilha do software Excel. Após esta etapa o banco de dados foi importado e processado pelo programa EPI-INFO (versão 6). Observou-se predomínio de pessoas do sexo masculino (57,7%), ensino fundamental incompleto (50,0%), a faixa etária variou entre 40 a 80 anos, com renda de até um salário mínimo, quanto ao estado civil, (38,5%) eram casados e (30,8%) viúvos. A maioria (88,5%) apresentou o Grau II de incapacidade. Os segmentos mais afetados foram pés e mãos constatando-se uma perda de sensibilidade nos membros inferiores de (50,0%) e superiores (38,46%) na maioria dos avaliados. Conclui-se que as principais incapacidades presentes nas pessoas atingidas pela hanseníase, são decorrentes de lesões secundárias, principalmente à perda da sensibilidade, como também a insuficiência e ou ausência de ações de prevenção e reabilitação física.

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Referências

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Publicado

30-11-2013

Como Citar

1.
Carvalho MAJ, Lopes NTB, Santos TS dos, Santos K da S, Farnocchi PG, Tavares CM. Avaliação das incapacidades físicas em ex-portadores de hanseníase da época do isolamento compulsório. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2013 [citado 24º de abril de 2024];38(1/2):47-55. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35075

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