Quantificação dos níveis séricos de leptina na Hanseníase

Autores

  • Alexandre Casimiro de Macedo Farmacêutico / Universidade Federal do Ceará - (Aprimorando).
  • Patrícia Gigliotti Especialização em Análises Clínicas e Moleculares / Faculdade Ceres - FACERES, UNICERES, Brasil.
  • Jacy Gameiro Doutorado em Genética e Biologia Molecular / Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil.
  • Vânia Nieto Brito de Souza Doutorado em Genética e Biologia Molecular / Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2012.v37.36194

Palavras-chave:

Hanseníase, Leptina, Sistema Imunológico

Resumo

A leptina é uma adipocina com semelhanças estruturais e funcionais às citocinas pró-inflamatórias, contribuindo para a diferenciação de células Th1, e parece estar envolvida na resposta imune a agentes infecciosos. Na hanseníase, doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, cujas manifestações clínicas dependem da resposta imune do hospedeiro, não há relatos sobre o papel da leptina. Neste estudo piloto foram quantificados os níveis séricos de leptina em pacientes recém-diagnosticados com as diferentes formas clínicas da doença, pacientes hansenianos em reação tipo 1 e 2, contatos de pacientes hansenianos e controles saudáveis (237 amostras de soros: 165 homens e 72 mulheres). No sexo masculino, as formas TT e BB apresentaram concentrações próximas àquelas observadas nos controles enquanto os grupos I, BT, BV, VV, reação do tipo 1 e 2 apresentaram médias inferiores à observada nos controles e contatos, sendo que nos BV e VV foram observados os menores níveis de leptina. No sexo feminino verificamos uma grande variação entre os valores observados nos diferentes grupos. O grupo BV apresentou níveis maiores de leptina enquanto os grupos I, TT, BT e BB apresentaram média próxima àquela observada nos contatos e controles. Pacientes do grupo VV e em reação tipo 1 e 2 apresentaram médias inferiores ao observado nos contatos e controles. As diferenças observadas tanto em homens quanto em mulheres não foram estatisticamente significantes. Em nossos achados há uma tendência a níveis mais baixos de leptina nas formas multibacilares, contudo, estes resultados não permitem associação desses níveis com qualquer forma clínica da hanseníase.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1 Auwerx J, Staels B. Leptin. The Lancet. 1998 35,(9104):737-742.
2 Hossner KL. Cellular, molecular and physiological aspects of leptin: Potential application in animal production. Can J Anim Sci. 1998, 78:463-472.
3 Lam QL, Lu L. Role of leptin in immunity. Cell Mol Immunol. 2007 Feb;4(1):1-13.
4 La Cava A, Matarese G. The weight of leptin in immunity. Nat Rev Immunol. 2004 May;4(5):371-9.
5 Hsu A, Aronoff DM, Phipps J, Goel D, Mancuso P. Leptin improves pulmonary bacterial clearance and survival in ob/ob mice during pneumococcal pneumonia, Clin Exp Immunol, 2007; 150(2):332-9.
6 Prabha C, Karthic S, Das SD, Swaminathan S, Subramaniam S, Sukumar B. Impact of tuberculosis on serum leptin levels in patients with HIV infection. Horm Res. 2005;63(5):228-33.
7 Nagajyothi F, Zhao D, Machado FS, Weiss LM, Schwartz GJ, Desruisseaux MS, et al. Crucial role of the central leptin receptor in murine Trypanosoma cruzi (Brazil strain) infection. J Infect Dis. 2010 Oct 1;202(7):1104-13.
8 Ikejima S, Sasaki S, Sashinami H, Mori F, Ogawa Y, Nakamura T, et al. Impairment of host resistance to Listeria monocytogenes infection in liver of db/db and ob/ob mice. Diabetes. 2005 Jan;54(1):182-9.
9 Wieland CW, Florquin S, Chan ED, Leemans JC, Weijer S, Verbon A, et al. Pulmonary Mycobacterium tuberculosis infection in leptin-deficient ob/ob mice. Int Immunol. 2005 Nov;17(11):1399-408.
10 Buyukoglan H, Gulmez I, Kelestimur F. Leptin Levels in Various Manifestations of Pulmonary Tuberculosis. Mediators of Inflammation, 2007, 2007:64859.
11 Santucci N, D’Attilio L, Besedovsky H, Del Rey A, Bay ML, Bottasso O. A clinical correlate of the dysregulated immunoendocrine response in human tuberculosis. Neuroimmunomodulation. 2010;17(3):184-7.
12 Rees RJW, Young DB. The microbiology of leprosy. In: Hastings RC, editores. Leprosy. 2ed. Edinburg: Churchil.Livingstone; 1994. p.49-83.
13 Talhari S, Neves RG. Hanseníase. 3ªed Manaus: Tropical; 1997.
14 Britton WJ, Lockwood DN. Leprosy. The Lancet. 2004 Apr 10;363(9416):1209-19.
15 Cunha AZS. Hanseníase: aspectos da evolução do diagnóstico, tratamento e controle. Ciência & Saúde Coletiva. 2002; 7(2):235-242.
16 Scollard DM, Adams LB, Gillis TP, Krahenbuhl JL, Truman RW, Williams DL. The continuing challenges of leprosy. Clin Microbiol Rev. 2006 Apr;19(2):338-81.
17 Mendonça VA, Costa RD, Melo GEBA, Antunes CM, Teixeira AL. Imunologia da hanseníase. Um. Bras. Dermatol. 2008; 83 (4): 343-350.
18 Souza VNB, Pereira AC. Genética humana na susceptibilidade à hanseníase. Hansen Int. 2007; 32(1):81-93.
19 Ridley DS, Jopling WH. Classification of leprosy according to immunity. A five-group system. Int Lepr Other Mycobac Dis 1966;34:255-73.
20 Goulart IMB, Penna GO, Cunha, G. Imunopatologia da hanseníase: a complexidade dos mecanismos da resposta do imune hospedeiro ao mycobacterium leprae. Rev. Soe. Bras. Med. Trop.2002, 35, (4).
21 Foss NT. Aspectos Imunológicos da hanseníase. In: Simpósio:Hanseníase. Medicina Ribeirão Preto 1997; 30: 335-9.
22 Nogueira MES, Vilani-Moreno FR, Silva EA et al. Imunologia. In: Noções de Hansenologia. 2ed. Bauru, 2000.
23 Sampaio SAP, Rivitti EA. Dermatologia.3ª Ed. Editora Artes Médicas. 2007.
24 Whitehead JP, Richards AA, Hickman IJ, Macdonald GA, Prins JB. Adiponectin - a key adipokine in the metabolic syndrome. Diabetes Obes Metab. 2006 May;8(3):264-80.
25 Zhang GA, Hou S, Han S, Zhou J, Wang X, Cui W. Clinicopathological implications of leptin and leptin receptor expression in papillary thyroid cancer. Oncol Lett. 2013 Mar;5(3):797-800.
26 Mackey-Lawrence NM, Guo X, Sturdevant DE, Virtaneva K, Hernandez MM, Houpt E, et al. The effect of the leptin receptor Q223R polymorphism on the host transcriptome following infection with E. histolytica. Infect Immun. 2013 Feb 19.
27 Chirinos DA, Goldberg R, Gellman M, Mendez AJ, Gutt M, McCalla JR, Llabre MM, Schneiderman N. Leptin and its association with somatic depressive symptoms in patients with the metabolic syndrome. Ann Behav Med. 2013 Feb 23.
28 Kahawita IP, Lockwood DN. Towards understanding the pathology of erythema nodosum leprosum. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2008 Apr;102(4):329-37.
29 Santucci N, D’Attilio L, Kovalevski L, Bozza V, Besedovsky H, del Rey A, et al. A multifaceted analysis of immune-endocrine-metabolic alterations in patients with pulmonary tuberculosis. PLoS One. 2011;6(10):e26363. doi: 10.1371/journal.pone.0026363.
30 Keicho N, Matsushita I, Tanaka T, Shimbo T, Hang NT, Sakurada S, et al. Circulating levels of adiponectin, leptin, fetuin-A and retinol-binding protein in patients with tuberculosis: markers of metabolism and inflammation. PLoS One. 2012;7(6):e38703. doi: 10.1371/journal.pone.0038703.

Downloads

Publicado

30-11-2012

Como Citar

1.
Macedo AC de, Gigliotti P, Gameiro J, Souza VNB de. Quantificação dos níveis séricos de leptina na Hanseníase. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2012 [citado 20º de abril de 2024];37(2):40-6. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36194

Edição

Seção

Artigos originais