Resumo
A anemia falciforme é uma doença milenar, de caráter hereditário, ancestral e étnico, com elevada incidência em nosso meio, é bastante limitante, devido às suas manifestações e complicações clínicas, principalmente na adolescência. Neste estudo qualitativo, descritivo, exploratório
buscou-se compreender o cotidiano de adolescentes com anemia falciforme. Foram entrevistados seis adolescentes de 10 a 19 anos, cadastrados nos centros de referências para doença falciforme, em Salvador-BA. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. Na análise, fundamentada na sociologia compreensiva de Michel Maffesoli, emergiram quatro categorias: “Descobrindo-se com a doença”, “Convivendo com a doença: manifestações clínicas”, “Usando as máscaras” e “Interferência da doença na vida cotidiana”. A maioria dos entrevistados não teve um diagnóstico precoce da doença e, apesar de demonstrar conhecimentos sobre os sintomas e as maneiras de atenuá-los, desconhece o que seja a falcemia. Considera-se de extrema relevância a capacitação do enfermeiro para lidar com pessoas com anemia falciforme, criando estratégias educacionais que possibilitem o empoderamento dos mesmos, favorecendo o autocuidado
e minimizando, assim, as complicações dessa doença.
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