Resumo
Este artigo apresenta o percurso do Núcleo de Investigação em Serviços e Sistemas de Saúde do Instituto de Saúde/SES-SP na utilização de bases demográficas e de bancos de dados no período 1989 a 2010. Tendo em vista que o planejamento, a programação e a avaliação em saúde destinam-se a populações e grupos, ganha centralidade a discussão sobre a construção de indicadores e a utilização das informações demográficas e sanitárias, bem como ajustes e refinamentos contínuos. A organização e disponibilização das informações em plataformas nacionais integradas e acessíveis tornam as pesquisas passíveis de serem confirmadas ou refutadas. A realização de pesquisas utilizando bases populacionais com informações organizadas em macrobancos de dados permite comparabilidade nacional, estadual e municipal, instrumentalizando a gestão na medida em que fornece evidências das consequências de práticas distintas de organização dos sistemas e da situação de saúde das populações. Porém, observa-se que persistem problemas crônicos de ajuste de bases e abrangência dos dados, dado que as distintas lógicas que informam a construção e a retroalimentação dos grandes bancos fazem com que os mesmos não “conversem entre si” e a chamada interoperabilidade seja muito incipiente. Bases de dados que informam as disposições do financiamento não permitem cruzamentos com bancos epidemiológicos a não ser após longas e difíceis operações de navegação entre programas computacionais. Uma vez que a unificação dos bancos parece difícil mesmo no estágio atual da informática, que possibilidades outras haveria para facilitar a adequação dos bancos? É uma pergunta que fazemos e gostaríamos de saber a resposta, pois ajudaria na governança do sistema.
Referências
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