Resumen
O artigo aborda a participação social em articulação com a regionalização da saúde no âmbito do SUS, com o objetivo de discutir de que forma tem se estruturado o diálogo entre os diversos atores das instâncias políticas e socioambientais do controle social. A coerência entre as expectativas veiculadas por estas políticas e sua operacionalização no plano territorial será analisada, por método compreensivo-racional, contrapondo as esperanças projectuais e os princípios subjacentes às dinâmicas de ordenamento da atenção à saúde em redes e de organização dos conselhos e movimentos sociais de saúde, através do estudo de caso do município de Jacareí. Discutiu-se a fragmentação socioambiental das paisagens, identidades e formas associativas vinculadas ao atravessamento pelo fenômeno da globalização; a precarização dos mecanismos formais de participação social e a não potencialização da participação pela regionalização da saúde. Concluiu-se que há significativos desajustes entre as esperanças projectuais das políticas de participação social e regionalização da saúde e o atendimento efetivo destas expectativas e se propôs formas de planejamento e gestão interativas, norteadas pela construção de modalidades dialógicas e territorializadas de interação social entre os diversos atores sociais do cenário da saúde.
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