Resumen
Os transtornos mentais geram alto custo social e econômico, pois podem causar incapacitações graves e definitivas e acarretar a redução da qualidade de vida das pessoas acometidas. Apesar de existirem diferentes abordagens terapêuticas a esses agravos, nos últimos 10 anos verificou-se um aumento significativo do consumo e utilização de psicofármacos em todo o mundo. A partir de uma preocupação expressada por técnicos e gestores da Secretaria Municipal de Saúde de Franco da Rocha em relação à medicalização do sofrimento mental no município, foi realizado um levantamento de dados e verificou-se um alto índice de prescrição de antidepressivos e a existência de prescrições inapropriadas desses medicamentos. Este artigo tem como objetivo apresentar uma síntese de evidências científicas com o intuito de contribuir para o manejo do problema apontado, identificando opções existentes na literatura científica para a redução da prescrição inadequada e/ou desnecessária de antidepressivos. Para a identificação das opções, foi utilizada a metodologia da Rede para Políticas Informadas por Evidências (EVIPNet). A partir da leitura das revisões sistemáticas, foram identificadas quatro opções para responder ao problema colocado. As opções identificadas se concentraram em duas grandes vertentes: 1) qualificar as prescrições realizadas pelos médicos tornando-as mais precisas, apropriadas e pertinentes; 2) oferecer alternativas terapêuticas não medicamentosas efetivas e que possam substituir ou complementar o tratamento proposto.
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