Resumen
A hanseníase é um grave problema de saúde pública no Brasil e nos países em desenvolvimento, principalmente por causa de sua endemicidade. A realização da Campanha Nacional de Busca Ativa de Hanseníase em escolares com faixa etária entre 5 e 14 anos, é uma das ações adotadas pelo Ministério da Saúde para a redução da carga da doença. Este trabalho tem como objetivo relatar o processo de planejamento e gestão da referida campanha no município de Juazeiro, BA, entre os meses de setembro e novembro de 2014. Inicialmente, as equipes de trabalho realizaram um censo demográfico dos escolares, base para o planejamento das ações. Em seguida, foi realizado o planejamento estratégico e operacional da campanha, a fim de atingir as metas propostas pelo Ministério da Saúde. Das 118 escolas informadas pela secretaria de educação, 106 apresentavam condições de participação. Dessas 106, a campanha ocorreu em 95 (89,62%). Dos 20.107 escolares, 14.750 receberam a ficha de autoimagem e 13.195 responderam (89,45%). Dentre os que devolveram a ficha, 894(6,7%) alunos apresentavam algum tipo de mancha, sendo 07 casos confirmados. A partir do relato podemos concluir que o bom planejamento e gestão da campanha aliada ao uso de dados demográficos trouxeram impactos positivos para o município, que se materializam pela detecção precoce de casos novos de hanseníase em crianças, bem com pelo cumprimento dos indicadores de avaliação.
Citas
2. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica . 6.ed. Brasília (DF); 2006. Hanseníase. p.364-394. (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
3. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis. Plano integrado de ações estratégicas de eliminação da hanseníase, filariose, esquistossomose e oncocercose como problema de saúde pública, tracoma como causa de cegueira e controle das geohelmintíases: plano de ação 2011-2015. Brasília (DF); 2012.
4. Cecílio LC. Uma sistematização e discussão da tecnologia leve de planejamento estratégico aplicada ao setor governamental. In: Merry E, Onocok R. Praxis em salud: um desafio para ló publico. Rio de Janeiro: HUCITEC; 1997.
5. Chaves MM. Educação das profissões da saúde: perspectivas para o século XXI. Rev. Bras Educ Med. 1996;20:21-28.
6. FORPROEX-Fórum de Pró-Reitores de Extensão de Universidades Públicas Brasileiras. Indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão. Porto Alegre: UFRGS; 2006.
7. Franco C. Avaliação, ciclos e promoção na educação. Porto Alegre: Artmed; 2001.
8. Levcovitz E, Lima L, Machado C. Política de saúde nos anos 90: relações intergovernamentais e o papel das Normas Operacionais Básicas. Rev Ciênc Saúde Coletiva.2001;6(2):269-291.
9. Lima SML. Definição e implementação de objetivos nas organizações públicas de saúde. RAP RJ. 1994; 28: 38-64.
10. Matus C. Política, planejamento e governo. Brasília: Ipea; 1993.
11. Mendes EV. Distrito Sanitário: o processo social de mudança das práticas sanitárias do Sistema Único de Saúde. São Paulo: HUCITECH/ABRASCO; 1993.
12. Opromola DVA. Reabilitação em hanseníase. Bauru: Hospital Souza Lima; 1981.13. Organización Panamericana de la Salud.Organización
Mundial de la Salud. Problemas conceptuales y metodológicos de la programación de la salud. Washington (DC):Cendes-Venezuela; 1965. (Publicación cientifica, 111)
14. Paim JS. Saúde Política e Reforma Sanitária. Salvador: CEPS-ISC; 2002.
15. Peixoto R. Planejamento estratégico governamental. 2.ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração-UFSC; 2012.
16. Rao AG. Study of leprosy in children. Indian Journal Lepr. 2009; 81:195-7.
17. Reis BSS. “Você tem WhatsApp?” Um estudo sobre a apropriação do aplicativo de celular por jovens universitários de Brasília. Brasília (DF):Universidade de Brasília –UnB; 2013.
18. Santos RS. A administração política como campo de conhecimento. Salvador: Mandacaru; 2004.
19. Shetty VP, Ghate SD, Wakade AV, Thakar UH, Thakur DV, D’Souza, E. Clinical, bacteriological, and histopathological characteristics of newly detected children with leprosy: a population based study in a defined rural and urban area of Maharashtra, Western India.Indian. Journal Dermatol Venereol Leprol. 2013;79:512-517.
20. Talhari S, Neves RG. Dermatologia tropical: hanseníase. Manaus:Tropical; 1997.
21. Teixeira CF. Planejamento em saúde: conceitos, métodos e experiências. Salvador: EDUFBA; 2010.
22. Testa M. Saber en salud. Buenos Aires: Lugar Editorial,1997.
23. Thakkar S, Patel SV. Clinical profile of leprosy patients: a prospective study. Indian Journal Dermatol. 2014;59:158-62.
24. Vilasboas ALQ. Planejamento e programação das ações de vigilância da saúde no nível local do Sistema Único de Saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/EPJV/PROFORMAR; 2004.
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Derechos de autor 2015 Carlos Dornels Freire de Souza, Ricardo Santana de Lima