Resumo
A prematuridade, por sua persistente frequência e pelo elevado risco de morbimortalidade neonatal associado, ainda constitui um dos maiores desafi os da perinatologia e dos programas populacionais direcionados à redução da mortalidade infantil no mundo. Em 2010, foi estimado que 11,1% dos recém-nascidos vivos no mundo foram prematuros, aproximadamente 15 milhões de crianças. Muito signifi cante também a verifi cação de que essa proporção vinha aumentando ao longo do tempo em muitos países e que foi a maior causa de mortalidade neonatal e a segunda de mortalidade infantil. Um recém-nascido pré-termo já tem um risco elevado de complicações relacionadas ao seu grau de imaturidade, com efeitos em longo prazo, especialmente sobre o seu neurodesenvolvimento. Apesar dos avanços ocorridos na assistência perinatal ao longo do tempo, o controle da prematuridade ainda parece distante, mesmo em países desenvolvidos. Por esse motivo, é necessário que os determinantes mais frequentes da prematuridade em cada população/país sejam identifi cados para que os programas de controle destes possam tornar-se mais efi cientes. Neste texto serão discutidos os principais fatores de risco associados à prematuridade, desde aqueles relacionados ao nascimento prematuro espontâneo até os assim chamados partos prematuros, induzidos ou iniciados, com ênfase para a contribuição do parto cesáreo.
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