Resumo
Pensar o cenário de ruínas e a possibilidade de criar outras paisagens para a vida diante da insuspeita normalidade tóxica que agride nossa imaginação, liberdade e desejos é a intenção deste ensaio. Abrimos o debate sobre população em situação de rua e saúde descendo ao abismo da realidade contemporânea para interrogar o pessimismo distópico, baseado em posturas impiedosas que fazem a noção de bem comum desintegrar. Cabe olharmos em outra direção que nos empurra para a possibilidade de sermos outros, diferentes do que somos, reforçando toda luta a partir das forças insurgentes, criadoras do presente em busca de novas perspectivas societárias. As relações entre os seres humanos e não humanos podem ser outras, os dualismos não mais nos servem, os horrores da vida civilizada na atualidade nos entristece, inibe e destrói.
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