“Manda fazer o de HIV”: narrativas de mulheres soropositivas na segunda década da epidemia de Aids (1990)
PDF

Palavras-chave

história das doenças
Aids
gênero

Como Citar

Vianna, E. da S. (2016). “Manda fazer o de HIV”: narrativas de mulheres soropositivas na segunda década da epidemia de Aids (1990). Cadernos De História Da Ciência, 12(1), 210–231. https://doi.org/10.47692/cadhistcienc.2016.v12.33863

Resumo

O presente trabalho faz parte da pesquisa intitulada Aids por elas: feminização da soropositividade na segunda década da epidemia (1990), cujo
objetivo constitui compreender a relação entre os modelos de comportamento historicamente associados ao gênero feminino e o aumento de casos de soropositividade entre mulheres nos anos 1990. Para tanto, analisamos qualitativamente a experiência de mulheres que participaram do Grupo Pela Valorização, Integração e Dignidade do doente de Aids (Grupo Pela Vidda) e/ou escreveram autobiografias. Discutimos aqui algumas nuances identificadas na relação que as mulheres estudadas constroem com a experiência do adoecimento e o envolvimento público com a doença. A análise das fontes mostra que a revelação do diagnóstico e o comprometimento com o grupo de apoio e/ou a escrita autobiográfica representam um compromisso público que altera a concepção que essas mulheres têm de si mesmas, bem como provocam fissuras na representação social da Aids no período.

https://doi.org/10.47692/cadhistcienc.2016.v12.33863
PDF

Referências

AGUIAR, J. M. de. Mulheres, Aids e o serviço de saúde: interfaces. / Janaína Marques de Aguiar. Rio de Janeiro:s.n., 2004. Dissertação de Mestrado apresentada à Escola Nacional de Saúde Pública.
ARMUS, D. Qué hacer com los recuerdos de um enfermo? Memoria individual em historia sócio-cultural de la enfermedad. In: FRANCO, Sebastião Pimentel; NASCIMENTO, Dilene Raimundo do; SILVEIRA, Anny Jackeline Torres. Uma história brasileira das doenças: volume 5. Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2015.
BARATA, G. F. A primeira década da Aids no Brasil: o Fantástico apresenta a doença ao público (1983-1992). Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Trad. Maria de Threza Redig de C. Barrocas e Luiz Octávio F. B. Leite. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
DELEUZE, G. Espinosa: filosofia prática. São Paulo: Escuta, 2002.
FLECK, L. Gênese e desenvolvimento de um fato científico. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2010.
FOUCAULT, M. História da loucura na Idade Clássica. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1987.
FREIRE, M. M. de L. Mulheres, mães e médicos: discurso maternalista em revistas femininas (Rio de Janeiro e São Paulo, década de 1920). Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde). Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, 2006.
GOFFMAN, E. Estigma- Notas sobre a Manipulação da Identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980.
HABNER, J. E. Mulheres da elite: honra e distinção das famílias. In: BASSANEZZI, Carla; PEDRO, Joana Maria. (Orgs.) Nova história das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012.
HERZLICH, C. Saúde e doença no início do século XXI: entre a experiência privada e a esfera pública. Physis: Rev. de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.14, n. 2, p.383-94, 2004.
KUHN, T. S. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Editora Perspectiva, 1987.
LAQUEUR, T. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
LORIGA, S. “A biografia como problema”. In: REVEL, Jacques. Jogos de Escala. A experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1998.
MEAD, M. Sexo y temperamiento en las sociedades primitivas. Barcelona: Editora Lata, 1973.
NASCIMENTO, D. R. do. As pestes do século XX: tuberculose e Aids no Brasil, uma história comparada. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005.
PEDRO, J. M. Mulheres honestas e mulheres faladas: uma questão de classe. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 1998.
_______. Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa histórica. História, São Paulo, v.24, n.1, p.77-98, 2005.
PEREIRA, S. M. Da submissão ao poder de decisão das mulheres: A residência médica em ginecologia e obstetrícia. Tese (doutorado). Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas. Florianópolis, SC: 2014.
PHILIPPI, J. M. de S. Políticas de Saúde da Mulher no Brasil - História e Evolução. In: Diversidades: dimensões de gênero e sexualidade / organizadoras Carmen Rial, Joana Maria Pedro e Silvia Maria Fávero Arend. – Ilha de Santa Catarina: Mulheres, 2010.
RODRIGUEZ-SANCHEZ, J. A. et al. La experiencia de la poliomielitis desde la perspectiva de género. In: GALLO, María Isabel Porras et. al. (Org).
El drama de la polio: um problema social y familiar en la España franquista. Madrid: Ed. Catarata, 2013. p.21.
RUBIN, G. e BUTLER, J. Tráfico sexual – entrevista. Cadernos Pagu, n.21, 2003, p.157-209.
SCHIENBINGER, L. Tiene sexo la mente? Las mujeres em los origens de la ciencia moderna. Madri. Ediciones Cátedra/Universitat de Valencia/Instituto de la Mujer, 2004.
TRONCA, I. As máscaras do medo: lepra e Aids. Campinas: Editora da Unicamp, 2000.

Fontes documentais
DEPARTAMENTO DE ARQUIVO E DOCUMENTAÇÃO. S. M. e M. T. A FALA DOS COMPROMETIDOS. A construção social da Aids. História Oral – Aids. Entrevistadoras: Dilene Raimundo do Nascimento e Ana Paula Zaquieu. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz, Departamento de Pesquisa, 1998.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST/Aids. Boletim Epidemiológico - Aids e DST. Ano I - n. 1 - até semana epidemiológica 52ª - dez. 2012.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...