A tísica como martírio e salvação da alma. Relato literário do “mal em si” na literatura de Pernambuco.
PDF

Palavras-chave

Arte
literatura
História das doenças
Recife

Como Citar

Bezerra, R. (2016). A tísica como martírio e salvação da alma. Relato literário do “mal em si” na literatura de Pernambuco . Cadernos De História Da Ciência, 12(1), 34–62. https://doi.org/10.47692/cadhistcienc.2016.v12.33856

Resumo

O presente artigo é resultado de um projeto de pesquisa, cujo objetivo geral consiste no estudo das interpretações e representações das doenças e dos doentes. Para isso, usamos literatura, tratados médicos e crônicas dos viajantes, considerando os diferentes contextos de época. Foi analisada uma obra literária de autor pernambucano, cujo tempo de narrativa é o século XIX. A análise revelou um protagonista como anti-herói que tem a morte causada pela tísica. Sem usar metáforas para a descrição da doença e dos doentes, o enredo revelou uma morte sofrida. O anti-herói, por se sentir com defeitos de caráter, considerou a doença como uma forma de martírio para salvação de sua alma.

https://doi.org/10.47692/cadhistcienc.2016.v12.33856
PDF

Referências

AUERBACH, E. O Mundo na Boca de Pantagruel. In: A representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2009. p.229- 38.
BERTOLLI FILHO, C. História Social da Tuberculose e dos Tuberculosos: 1900-1950. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001.
BOSI, A. História concisa da Literatura Brasileira. 43. ed. São Paulo: Cultrix, 1994 Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=LG944ZsniVcC&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 7 jun. 2017.
CÂNDIDO, A. Literatura e Sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.
FREITAS, O de. A grande ceifadora de vidas. J.de Med. de Per., Recife, ano XXXII, n. 8, p. 93-111, ago. 1936.
_____________. Os trabalhos de Hygiene em Pernambuco. Relatório apresentado ao secretario geral do Estado. Recife: Oficinas Gráficas da Imprensa Oficial, 1919. p.39-44.
FERREIRA, A. C. A fonte fecunda: Literatura. In: PINSKY, Carla, B.; LUCA, T.R. (Orgs). O Historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2015. p.61-91.
FERRO, A. Half in Love with Easeful Death. Revista Frontal, Disponível em: <http://revistafrontal.com/cultura/half-in-love-with-easefuldeath/>. Acesso em 7 jun. 2017.
GANCHO, C. V. Como Analisar Narrativas. São Paulo: Editora Ática, 2002.
GIRARD, R. A violência e o sagrado. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
GONÇALVES FILHO, C.A.P. O suplício do Simplício: Faria Neves Sobrinho e o mestre-escola oitocentista. Aedos n.13, v.5, 2013, p.160-72.
HEGENBERG, L. Doença: um estudo filosófico. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998.
LAPLANTINE, F. Antropologia da doença. São Paulo: Martins Fontes, 2004. 61
LE GOFF, J. As doenças têm história. Lisboa: Terramar, 1997.
MELO, C. A literatura em Pernambuco. Recife: APL, 2006.
MONTENEGRO, T. H. Tuberculose e literatura. Notas de Pesquisa. Rio de Janeiro: Casa do Livro, 1971.
NASCIMENTO, D. R. As pestes do século XX. Tuberculose e Aids no Brasil, uma história comparada. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005.
______________. A história da tuberculose contada em Floradas na Serra. In: ALMEIDA, A.L.; SOUTTO MAYIOR, V.A.S. (Orgs.). Arte e Saúde: desafios do olhar. Rio de Janeiro: EPSJV, 2008. p. 57
NEVES SOBRINHO, Faria. Morbus: um romance patológico. Recife: Ed. do organizador, 2005.
ORTEGA Y GASSET, J. A desumanização da Arte. São Paulo: Cortez, 2002.
PESAVANETO, S. Escrever a História com a Literatura? Fazer da literatura uma chave de acesso ao passado da história. In: Cibele Barbosa (Org.).
Teoria da História e Historiografia: debates pós-68. Recife: Massangana, 2012. p.99-112.
PINTO, P. A violência do sagrado. Notas Soltas. Rev. Lus. de Ciên. das Relig, n.15, 2009, p.9-14.
PORTO, Ângela. Representação da tuberculose na literatura brasileira na passagem do século XIX para o XX. In: ALMEIDA, A.L.; SOUTTO
MAYIOR, V.A.S. (Orgs.). Arte e Saúde: desafios do olhar. Rio de Janeiro: EPSJV, 2008. p.47- 56.
REZENDE, A P. As fronteiras nômades e as hermenêuticas da vida. In: Cibele Barbosa (Org). Teoria da História e Historiografia: debates pós-68. Recife: Massangana, 2012. p.153-61.
ROSA, M. C. Um lugar para a Linguística nos estudos sobre a História das Doenças. In: NASCIMENTO, D. R.; CARVALHO, D. M (Orgs). Uma história brasileira das doenças. Belo Horizonte: Argumentum, 2010 p.171-86.
ROSEMBREG, A.M.F.A. Guerra à peste branca Clemente Ferreira e a “Liga Paulista contra 62 a Tuberculose” 1899-1947. [Dissertação de Mestrado]. História Social, Pontifícia Universidade Católica, 2008.
ROSEMBERG, J. Tuberculose - aspectos históricos, realidades, seu romantismo e transculturação. Bol. de Pneu. San., v.7, n.2, p.5-29, 1999.
SANTOS, L. J. R.A tuberculose e sua ressonância nas obras de Álvares de Azevedo e Manuel Bandeira. Pergaminho: Revista discente de Estudos Históricos/ Patos de Minas, UNIPAM, n.1, 2010, p.36-48(a).
SANTOS, C. J.O. Padres, Beatas e Devotos. Figuras do anticlericalismo na literatura brasileira. Tese. Departamento de Teoria Literária. Instituto de
Letras. UNB, 2010 (b).
_____________. O culto católico e a representação do corpo masculino na literatura anticlerical brasileira (século XIX). VARIA HISTORIA, Belo Horizonte, v.30, n.53, p.443-59, 2014.
SCLIAR, M. A paixão transformada. História da medicina na literatura, São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
SONTAG, Susan. A doença como metáfora. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
VAREJÃO FILHO, L. Faria Neves Sobrinho ou um naturalista nos trópicos. In: Morbus: um romance patológico/ Faria Neves Sobrinho. Recife: Ed. do organizador, 2005, n.p.
WATT, I. A ascensão do romance. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...