A origem e a constituição dos acervos ofiológicos do Instituto Butantan
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Palavras-chave

ofiologia
Instituto Butantan
acervo
coleção
museu

Como Citar

Calleffo, M. E. V., & Barbarini, C. C. (2007). A origem e a constituição dos acervos ofiológicos do Instituto Butantan . Cadernos De História Da Ciência, 3(2), 73–100. https://doi.org/10.47692/cadhistcienc.2007.v3.35725

Resumo

O Instituto Butantan desenvolveu papel fundamental na área de saúde pública, pois além do ofidismo, se envolveu em estudos de doenças no final do século XIX. Desde o inicio do século XX, serpentes provenientes de várias localidades do Brasil, são trazidas pela população ao Instituto, em decorrência do trabalho iniciado por Vital Brazil em sua campanha contra o ofidismo, pela permuta de soro por cobras. Era grande a quantidade de cobras enviadas ao Instituto, o que favorecia o crescimento do acervo de serpentes colecionadas e expostas ao público. Neste ínterim o Butantan difundiu e divulgou suas pesquisas, seus produtos e realizou atividades educativas, baseadas neste acervo. A Recepção de Serpentes, conhecida tradicionalmente por fornecedores de cobras em todo Brasil, sempre foi a porta de entrada e destino dos animais no Instituto. Devido à grande demanda no envio e permuta dos animais tornou-se necessário o estudo taxonômico para identificar as novas espécies que chegavam, esclarecendo sobre a especificidade do soro antiofídico. Ao mesmo tempo, o público se interessava em ver e conhecer os animais peçonhentos. Estes trabalhos foram significativos para aprimorar o acervo, ampliando o setor de pesquisa e o de exposição pública, e projetando o Instituto em outras instituições nacionais e estrangeiras. Em decorrência destas atividades duas seções se estabeleceram: uma se especializou em receber, identificar, registrar, armazenar e conservar osanimais, divulgando suas pesquisas científicas e catalogando as espécies. Outra se aprimorou em exposições públicas com caráter educativo e museológico. Nosso objetivo é caracterizar a formação deste acervo que compartilha uma mesma origem e atualmente é reconhecido pela “Coleção de Serpentes Alphonse Richard Hoge”, Laboratório de Herpetologia – Divisão de Desenvolvimento Científico e Museu Biológico – Divisão de Desenvolvimento Cultural.

https://doi.org/10.47692/cadhistcienc.2007.v3.35725
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