Resumo
Uma sociedade “baseada no conhecimento” considera essencial o esforço dos cientistas. Mas há queixas pela falta de uso das contribuições científicas pelos policy makers. Contradição em parte devida à diferença entre o ritmo da pesquisa e a urgência da decisão. Não se aceita, em geral, ser possível formular políticas públicas baseadas em evidências científicas. No campo da Saúde Pública, a determinação social e o contexto fazem variar as conclusões científicas. No debate a respeito do Sistema Único de Saúde no Brasil, citamos uma importante contribuição: as “5 estrelas da Agenda Estratégica da Saúde” (Cebes, Abrasco). O Decit, desde sua criação, formulou um Programa de Pesquisas para o SUS, sua criatura emblemática com missão de “fortalecer o SUS”. Num esforço que envolveu a comunidade científica e o Conselho Nacional de Saúde produziu-se uma “Política de CT&I em saúde” e uma “Agenda de Prioridades”. O processo participativo deu ao resultado final um caráter mais democrático do que o usual. Há hoje temáticas cada vez mais freqüentes na literatura internacional que não podem ser ignoradas pelo PPSUS: KT (Knowledge Translation) e KTA (Knowledge to Action) ; mHealth , telefones celulares na saúde; Health in All Policies (Saúde em Todas Políticas).
Referências
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Copyright (c) 2012 José da Rocha Carvalheiro