Morbidade por causas externas: os casos não registrados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
PDF

Palavras-chave

Morbidade
Causas Externas
Violência

Como Citar

Lacerda, R. dos S., Araújo, E. M. de, Hogan, V. K., & Souza, . I. M. de. (2013). Morbidade por causas externas: os casos não registrados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Boletim Do Instituto De Saúde - BIS, 14(3), 312–319. Recuperado de https://periodicos.saude.sp.gov.br/bis/article/view/33745

Resumo

O aumento da violência vem se configurando como um importante desafio enfrentado em todo o mundo. Objetivou-se analisar a morbidade violenta em Feira de Santana (BA), segundo o perfil das vítimas, agressores e circunstâncias dos atos violentos. Realizou-se um estudo transversal com coleta retrospectiva de casos
que apresentaram lesões corporais atendidos pelo Departamento de Polícia Técnica do município, no período de 2006-2008. Foram registrados 4.158 casos de lesão corporal, com maior ocorrência entre homens jovens. A média de idade das vítimas foi 30,4 anos (±13,2 anos). A distribuição segundo a faixa etária mostrou que os adultos jovens nas faixas de 20 a 29 anos e 30 a 39 anos concentraram os maiores percentuais de casos (34,5% e 23,8%, respectivamente). A análise por causa específica evidenciou que as violências intencionais foram mais frequentes entre pessoas de 10-19 anos (86,6%). As intervenções legais foram o principal motivo
das agressões (28,9%), seguidas dos conflitos em família (21,5%). Evidencia-se a necessidade de melhoria da qualidade da informação gerada pelo boletim de
ocorrência policial e laudo do exame de “corpo de delito” e efetivação de políticas públicas, na perspectiva do Sistema Único de Saúde, que enfoquem a prevenção da
violência e a promoção da cultura da paz.

PDF

Referências

1. Araújo EM, Costa MCN, Hogan VK, Mota ELA, Oliveira NF. Diferenciais de raça/cor da pele em anos potenciais de vida perdidos por causas externas. Rev Saúde Pública. 2009;43(3):405-12.
2. Batista LE. Masculinidade, raça/cor e saúde. Ciênc Saúde Coletiva. 2005;10(1):71-80.
3. Caldeira TPR. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Edusp; 2000.
4. Dahlberg LL, Krug EG. Violência: um problema global de saúde pública. Ciênc Saúde Coletiva. 2007 Supl 11;1162-1178.
5. Gawryszewski VP, Koizumi MS, Mello Jorge MHP. As causas externas no Brasil no ano 2000: comparando a mortalidade e a morbidade. Cad. Saúde Pública. 2004;20(4):995-1003.
6. Holder YPM, Krug E, Lund J, Gururaj G, Ko-Busingye O. Injury surveillance guidelines [monografia na internet]. Geneva: World Health Organization; 2001.
[acesso em 10 mar 2013]. Disponível em: http://www.who.int/gender/violence.
7. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística–IBGE. Informações sobre as cidades. [monografia na internet]. Rio de Janeiro; [acesso em 27 jan 2013]. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow8. International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems. 10th Revision (ICD10) Version for 2010 [Internet]. [acesso em 10 fev 2013]. Disponível em: http://apps.who.int/classifications/icd10/browse/2010/en#/V01-V09
9. Minayo MCS, Souza ER. Violência sob o olhar da saúde: a infrapolítica da contemporaneidade brasileira. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003.
10. Ministério da Saúde. Impacto da violência na saúde dos brasileiros. Brasília, DF;2005.
11. Njaine K, Souza ER, Minayo MCS, Assis SG. A produção da (des) informação sobre violência: análise de uma prática discriminatória. Cad Saúde Pública. 1997;13(3):405-414.
12. Noronha CV, Almeida PH, Santos LD. Violência e saúde: magnitude e custos dos atendimentos de emergência na cidade de Salvador, Bahia [Relatório de pesquisa]. Salvador: UFBA/ISC/DFID/SESAB; 2003.
13. Oshikata CT, Bedone AJ, Faúndes A. Atendimento de emergência a mulheres que sofreram violência sexual: características das mulheres e resultados até seis meses pós-agressão. Cad Saúde Pública. 2005;21:192-9.
14. Reinchenheim ME, Souza ER, Moraes CL, Mello Jorge MHP, Silva CMFP, Minayo MCS. Violence and injuries in Brazil: the effect, progress made, and challenges ahead. The Lancet. 2011; 377(9781):1962-1975.
15. Rodrigues RI, Cerqueira DRC, Lobão WJA, Carvalho AXY. Custo da violência para o sistema de saúde no Brasil. Brasília: IPEA, 2007.
16. Ruotti C, Freitas TV, Almeida JF, Peres MFT. Graves violações de direitos humanos e desigualdade no município de São Paulo. Rev Saúde Pública. 2009;43(3):533-40.
17. Sampson RJ, Morenoff JD, Raudenbush S. Social anatomy of racial and ethnic disparities in violence. Amer J Publ Health. 2005;95(2):224-32.
18. Souza ER, Lima MLC. Panorama da violência urbana no Brasil e suas capitais. Ciênc Saúde Coletiva. 2007 Supl 11;1211-22.
19. Souza MFM. A análise de tendência de acidentes de transporte terrestre para políticas sociais no Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 2007;16(1):33-44.
20. Waiselfisz JJ. Mapa da violência 2011. Os jovens do Brasil. São Paulo: Instituto Sangari; 2011.
21. West CM. Black women and intimate partner violence: new directions for research. J Interpersonal Violence. 2004;19(12):1847-1493.
22. Widom CS. The cycle of violence. Science New Series. 1989;244(4091):160-6.
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2013 Roberto dos Santos Lacerda, Edna Maria de Araújo, Vijaya Krisna Hogan, Ionara Magalhães de Souza

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...