Resumo
Este artigo tem o objetivo de analisar o processo de amamentação em presídio feminino no Estado do São Paulo (Brasil). Para tanto, foi feita uma pesquisa qualitativa do tipo exploratório-analítica. O estudo ocorreu no Centro de Atendimento Hospitalar à Mulher Presa, na cidade de São Paulo. Entrevistaram-se vinte mães em amamentação exclusiva e três profissionais envolvidos em práticas de promoção da amamentação. Observadas as questões éticas, gravaram-se entrevistas semiestruturadas que, transcritas, foram analisadas empregando-se a análise de conteúdo temática. Como resultados, as mães apontaram: o valor do leite materno como fonte de vitaminas e proteção contra doenças; a importância do vínculo criado durante a amamentação; e o sofrimento causado pela separação entre a mãe e o bebê, já que as mulheres permanecem com seus filhos por apenas quatro meses. Os profissionais focaram: a importância da amamentação para a criança nos primeiros
meses de vida; o fato de não estarem preparados para receber e abrigar mães que amamentam; e a relevância das pesquisas científicas, como estímulo para outros profissionais no aprimoramento da qualidade deste serviço. Conclui-se que a amamentação foi vista como relevante, ressaltando que toda criança tem o direito à proteção, à vida e à saúde. Identificou-se que a amamentação em presídios femininos é
realidade, embora haja impedimentos de se cumprir o que está previsto pela legislação, tornando-se necessária a criação de disposições que possam garantir efetivamente a prática de amamentação em presídios femininos.
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