A comunicação da saúde e o “efeito placebo”
PDF

Palavras-chave

Placebo
nocebo
saúde

Como Citar

Epstein, I. (2010). A comunicação da saúde e o “efeito placebo”. Boletim Do Instituto De Saúde - BIS, 12(1), 22–28. Recuperado de https://periodicos.saude.sp.gov.br/bis/article/view/34023

Resumo

A comunicação da saúde ao público, seja na interrelação dual médico-paciente, através das interações nos grupos focais ou pela mídia, deve sempre ter o compromisso ético da comunicação, na forma mais adequada, da “verdade” ou, pelo menos, verossimilhança científi ca (no estado atualizado da arte) acerca da promoção da saúde, seja na forma de prevenção, tratamento ou cura das enfermidades. Como entender sob este ponto de vista, o “efeito placebo”, que também tem o objetivo de aliviar o ser humano do sofrimento causado pela perda da saúde, mas agora baseado na fi cção (na perspectiva da medicina hegemônica) que é a sua essência? Este artigo procura descrever alguns aspectos do entendimento científi co atual deste “efeito” explora sua natureza, características, limitações e possibilidades na promoção da saúde dentro de uma perspectiva ética, mas também pragmática. São mencionadas as várias explicações atuais para este “efeito: a psicológica (refl exo condicionado), antropológica (mediante descrições de procedimentos mágicos e curativos em culturas ditas “primitivas”), bases psiconeurofi siológicas do fenômeno placebo-nocebo etc. São tratadas também algumas das difi culdades que o “efeito placebo” causa nos ensaios “duplo cego” para determinar a efi cácia real de novos medicamentos no tratamento de determinadas enfermidades.

PDF

Referências

1. Amaral JR, Sabbatini RME. Efeito placebo: o poder da pílula de açúcar. Revista Cérebro & Mente 1999 Jul; 9.
2. Barsky AJ, Saintfort R, Rogers MP, Borus JF. Nonspecifi c Medication Side Effects and the Nocebo Phenomenon. JAMA 2002; 287:622-627.
3. Belfort R, Schor P. Programas inteligentes, inteligência artifi cial e oftalmologia. Arq. Bras. Oftalmol. 2000 Aug; 63(4).
4. Cho HJ, Hotopf M, Wessely S. The placebo response in the treatment of chronic fatigue syndrome: a systematic review and meta-analysis. Psychosom Med. 2005;67:301-13.
5. Collins H, Pinch T. Dr. Golem: How to think about medicine. Chicago: University of Chicago Press; 2005.
6. Enserink M. Are Placebo-Controlled Drug Trials Ethical. Science. 2000 April; 288(5465): 416.
7. Epstein I. Informação e desinformação em medicina. Boletim Intercom 1982 Novembro/Dezembro (40): 25-28.
8. Epstein I. Nocebo e os eventuais efeitos adversos dos medicamentos relatados nas bulas. In: Melo JM, Epstein I, Gobbi MC, Gomes ALZ, organizadores. Mídia, Mediação e Medicalização: Anais da VI Conferência Brasileira de Comunicação e Saúde; 2003 out. 1-3; São Paulo, Brasil. Brasília: Anvisa; 2005.
9. Epstein I, organizador. A Comunicação também cura na relação entre médico e paciente. São Paulo. Angellara; 2006. 10. Ilnycky JA, Greenberg H, Bernstein CN. Quantifi cation of the placebo response in ulcerative colitis. Gastroenterology. 1997;112:1854-8.
11. Kuhn T. Revoluções Científi cas. São Paulo: Perspectiva; 1978.
12. Lakoff A. Managing the Placebo effect in Antidpressant Trials. MI. 2000 April; (2): 72-76.
13. Levi-Strauss C. Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Biblioteca do Tempo Universitário; 1967.
14. Macedo A, Banos JE, Farré M. Placebo response in the prophylaxis of migraine: a meta-analysis. Eur Journal of Pain 2008; 12:68-75.
15. Mauss M. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Edusp; 1974.
16. Patel SM, Stason WB, Legedza A, Ock SM, Kaptchuk TJ, Conboy L, et al. The placebo effect in irritable bowel syndrome trials: a meta-analysis. Neurogastroenterology Motil 2005; 17: 332-40.
17. Petrovic P, Kalso E, Peterson KM, Ingvar M. Placebo and Opioid Analgesia- Imaging a Shared Neuronal Network. Science 2002 March; 295 (5560): 1737-1740.
18. Philipon P. L’ effet placebo. La Recherché. 2003 JuilletAoût; (366): 54-57.
19. Popper K. La lógica de la investigación científi ca. Madrid; 1967.
20. Price DD, Finniss DQ, Benedetti F. Comprehensive of the Placebo Effect: Recent advances and Current Thought. Annuan Review of Psychology. 1998; 59: 565-590.
21. Quitkin FM, McGrath PJ, Stewart JW. Placebo run-in period in studies of depressive disorders, Clinical, heuristic and research implications. Brit, Journal Psychiatry. 1998; 173: 242-248.
22. Suc C, Lichtenstein GR, Krok K, Brensinger CM, Lewis JD. A meta-analysis of the placebo rates of remission and response in clinical trials of active Crohn disease. Gastroenterology. 2004;126:1257-69
23. Sysko R, Walsh BT. A systematic review of placebo response in studies of bipolar mania. Journal of Clin Psychiatry. 2007 Aug; 68(8):1213-7.
24. Walsh BT, Seidman SN, Sysko. R, Gould M. Placebo response in studies of major depression: variable, substantial, and growing. JAMA. 2002;287:1840-7.
25. Zulian Teixeira M. Bases psiconeurológicas do fenômeno placebo-nocebo: evidências científi cas que valorizam a relação médico-paciente. Revista da Associação Médica Brasileira. 2001;55(1):13-18
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2010 Isaac Epstein

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...