Resumo
Este artigo analisa a publicação “Anticoncepção”, editada em 1936 no Rio de Janeiro e que procura demonstrar a preocupação e os primeiros esforços de profissionais da Medicina para a comunicação de orientações em anticoncepção no Brasil. A obra faz parte de um conjunto de esforços, não necessariamente articulado, assumido por médicos e gestores europeus durante o final do século XIX e início do século XX, para a orientação de condutas feminino-maternas, concebendo sua importância para o âmbito da Saúde Pública, que termina por chegar também ao Brasil. A análise aqui proposta reforça a importância desse tipo de publicação também na construção de orientações da conduta feminina que vão além da puericultura. O discurso observado na publicação revela preocupações conceituais e ideológicas marcantes do período, demonstrando haver a preocupação em promover conhecimentos e práticas sobre condutas sexuais e de contracepção visando o bem estar social, o controle demográfico, a redução da mortalidade materna e o bemestar sexual do casal e a saúde da mulher-mãe, por meio da postergação da maternidade serial, como um discurso de “puerpericultura” dirigido aos próprios profissionais da Medicina, bem como à elite social vigente.
Referências
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7. Rohden F. Natalidade, nação e raça no Brasil a partir das especialidades médicas em torno de sexo e reprodução [texto para grupo de trabalho no I Simpósio Internacional: O desafio da Diferença; 2000 Abril; Salvador, Brasil.]
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