Resumo
Trata-se de uma reflexão, tomando o cartaz/aviso nos corredores de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) como paradigma de uma comunicação que (não) se estabelece entre uma unidade de saúde e os seus usuários. O cartaz refere-se à divulgação de atividades em grupo de idosos que é ofertada na UBS, localizada na periferia de São Paulo. Discutimos o processo de circulação ou não, de informações, dos significados culturais e da desigualdade no acesso a informações, a partir da constatação de que a população a quem se destinaria o grupo não participa dele. O raciocínio traçado nos leva a crer que a UBS acaba por reproduzir e manter circulante um capital simbólico hegemônico e sem sentido para determinados segmentos sociais, historicamente em desvantagem. De alguma forma a comunicação e os processos de circulação das informações acabam por
favorecer certos segmentos sociais e excluir outros que não conseguem fazer circular os sentidos relacionados com suas necessidades e aspirações. Registramos algumas pistas para a superação da situação e enfatizamos a necessidade de refutar a ideia de que com o avançar da idade, as diferenças socioculturais que marcaram todas as etapas anteriores da vida se dissipam automaticamente.
Referências
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