Resumo
Este artigo é resultante de trabalhos de arteeducação realizados em instituições na cidade de São Paulo com adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade. A tônica central desta refl exão é a contribuição da escuta analítica como possibilidade de relembrar histórias e memórias, possibilitando observar outros atributos a partir de palavras que permitam revelar um movimento subjetivo perdido nesses jovens, dando espaço a um movimento capaz de impulsioná-los a falar de suas histórias, mas com marcas de singularidade apropriadas à sua capacidade. A partir dessas experiências, percebemos que, mais do que uma intervenção para atender às necessidades biológicas desses jovens, é necessária uma ação que gere sentido aos atos por eles produzidos. Sendo assim, uma escuta analítica, que considere uma frase ou palavra enunciada pelo
participante, pode atribuir luz a alguma marca que tenha a capacidade de conectar esse jovem à sua própria história, algum traço no qual ele possa se reconhecer. Assim, com essas intervenções, podese concluir que crianças, adolescentes e jovens que vivem em situações precárias e expostos a diversas violências tentam, aos seus modos, preservar algum fi o condutor de saúde psíquica.
Referências
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Copyright (c) 2010 Maria Helena Santos