Resumo
Introdução: Nas unidades de saúde da Atenção Básica, no município de São Paulo, vem ocorrendo, desde 2006, o ingresso de farmacêuticos. Nesse novo cenário, a qualifi cação profi ssional, para os serviços farmacêuticos, apresenta-se fundamental. Objetivo: Conhecer a percepção dos farmacêuticos responsáveis pela coordenação da Assistência Farmacêutica – nos âmbitos da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e das Organizações Sociais – a respeito das necessidades de aperfeiçoamento dos farmacêuticos que trabalham na Atenção Básica. Método: Foi adotada a abordagem qualitativa de pesquisa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com onze profi ssionais. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas com a técnica da análise temática de conteúdo. Resultados: Apesar dos entrevistados reconhecerem a necessidade de aprimoramento dos farmacêuticos, apontam difi culdade para efetivar as atividades de qualifi cação, dada a complexidade e intensidade da rotina dos profi ssionais nas unidades. O planejamento coordenado entre instâncias da Secretaria Municipal de Saúde e das Organizações Sociais destaca-se como um dos desafi os para a realização das capacitações. Foram apontados temas – técnicos e sobre relações interpessoais nas equipes – para compor os processos educativos. Considerações Finais: A identidade do farmacêutico como profi ssional da equipe, no contexto da Atenção Básica, está em construção. O aumento do número de profi ssionais e a harmonização das atividades de aprimoramento de acordo com as necessidades de trabalho e dos profi ssionais podem contribuir para a melhoria da atenção aos usuários.
Referências
2. Farah BF. Educação em serviço, educação continuada, educação permanente em saúde: sinônimos ou diferentes concepções? Revista APS. 2003;6(2):123-125.
3. Flick U. Introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed; 2009.
4. Furtado BT. O farmacêutico na Atenção Básica: a experiência da equipe de Programa Saúde da Família ante a Atenção Farmacêutica [dissertação de mestrado]. Belo Horizonte: Faculdade de Farmácia. Universidade Federal de Minas Gerais; 2008.
5. Marin N, Luiza VL, Osório-de-Castro CGS, Machado-dos-Santos , organizadoras. Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro:Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde; 2003.
6. Minayo MCS. O desafi o do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11.ed. São Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro: ABRASCO; 2008.
7. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Brasília (DF); 2009.
8. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. O ensino e as pesquisas da atenção farmacêutica no âmbito do SUS. Brasília (DF); 2007.
9. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente em saúde: pólos de educação permanente em saúde. Brasília (DF); 2004.
10. Nogueira-Martins MCF, Bógus CM. Considerações sobre a metodologia qualitativa como recurso para o estudo das ações de humanização em saúde. Saúde Soc. 2004;13(3): 44-57.
11. Pereira LRL, Freitas O. A evolução da Atenção Farmacêutica e a perspectiva para o Brasil. Rev Bras Ciênc Farm. 2008;44(4):601-612.
12. Ramos MP, Garbe GG. A experiência da UNIFESP na formação de trabalhadores da saúde por meio de cursos na modalidade de educação a distância (EaD). In: Trindade MAB, organizadora. As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no desenvolvimento de profi ssionais do Sistema Único de Saúde (SUS). São Paulo: Instituto de Saúde; 2011. (Temas em Saúde Coletiva, 12)
13. Turato ER. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas de saúde e humanas. Petrópolis: Vozes; 2003.
14. Valente JA. O papel da mediação e da interação na educação a distância: estabelecendo estratégias diferenciadas de ensino. In: Trindade MAB, organizadora. As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no desenvolvimento de profi ssionais do Sistema Único de Saúde (SUS). São Paulo: Instituto de Saúde; 2011. (Temas em Saúde Coletiva, 12)
15. Vieira FS. Possibilidades de contribuição do farmacêutico para a promoção da saúde. Ciênc Saúde Col. 2007;12(1):213-220.