Resumo
As intervenções nos primeiros anos de vida são essenciais para que a criança atinja todo seu potencial de desenvolvimento, tornando-se necessário estar atento à sua evolução e aos fatores que possam intervir nesta evolução. Portanto, é necessário seu acompanhamento não só pelos familiares, mas também por profi ssionais que possam ajudar na identifi cação das alterações. Apesar de existir um consenso entre os profi ssionais sobre a importância no acompanhamento do desenvolvimento da criança, a maneira como fazê-lo ainda é controvertida, sobressaindo-se como melhor alternativa para a atuação do profi ssional da atenção primária a vigilância do desenvolvimento. Esta compreende todas as atividades relacionadas à promoção do desenvolvimento normal e à detecção de problemas de desenvolvimento da criança. Apesar da existência de roteiros sistematizados para a vigilância do desenvolvimento da criança, esta prática ainda não está incorporada nas ações rotineiras do profi ssional de saúde na atenção primária, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em vias de efetivação na organização dos seus sistemas de saúde como o Brasil. Medidas urgentes, as quais incluem adequada formação e qualifi cação profi ssional, assim como organização dos serviços de saúde de forma a favorecer a efetivação desta ação são necessárias.
Referências
2. Bayley N. Bayley Scales of Infant Development III. San Antonio, TX: The American Psychologicol Corporation; 2006.
3. Della Barba PCS. Identifi cação precoce de autismo: a aplicabilidade do instrumento chat e levantamento das necessidades de pediatras para capacitação [dissertação de mestrado]. São Carlos Universidade Federal de São Carlos; 2002.
4. Dwarkin PH. British and american recommendations for developmental monitoring: the hole of surveillance. Pediatrics. 1989; 84:1000-1010.
5. Dworkin PH. Detection of behavioral, developmental, and psychosocial problems in pediatric primary care practice. Curr Opin Pediatr. 1993; 5:531-536.
6. Figueiras AC, Puccini RF, da Silva EM, Pedromônico MR. Avaliação das práticas e conhecimentos de profi ssionais da atenção primária à saúde sobre vigilância do desenvolvimento infantil. Cad Saude Publica. 2003; 19(6):1691-1699.
7. Figueiras ACM, Puccini RF, Silva EMK. Continuing education on child development for primary healthcare professionals: a prospective before-and-after study. Sao Paulo Med. J. 2014; 132(4):211-218. [acesso em 2 maio 2015]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1516-31802014000400211&lng=en.
8. Figueiras ACM, Souza ICN, Rios V, Benguigui Y. Manual de vigilância do desenvolvimento infantil no contexto da AIDPI. Washington (DC): OPAS; 2005.
9. Figueiras ACM. Programa de vigilância do desenvolvimento infantil na atenção primária à saúde: uma experiência no município de Belém. [tese de doutorado]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo; 2006.
10. Figueiras AM. Programa de vigilancia de desarrollo en el contexto infantil de AIEPI. In: Benguigui Y, Bissot AA, editores. Desafi os em la atención pediátrica em el siglo XXI. La estrategia AIEPI em el XIII Congresso Latino-Americano de Pediatria (pp. 99-109). Panamá: Organización Panamericana de la Saude; 2003. p.99-109. [acesso em 5 jul 2013]. Disponível em: http://www1.paho.org/spanish/ ad/fch/ca/si-desafi o.pdf.
11. Frankenburg WK, Dodds JB. The Denver developmental screening test. J Pediatr. 1967; 71:181-191.
12. Gesell A, Amatruda C. Diagnostico del desarrollo normal y anormal del niño: metodos clinicos e aplicaciones praticas. Buenos Aires: Medico Qirurgica; 1945.
13. Glascoe FP, Byrne KE, Ashford LG, Jonson KL, Changs B, Strikelands B. Accuracy of the Denver II developmental screening. Pediatrics. 1992; 89:1221-1225.
14. Glascoe FP. Are overreferal on developmental screening tests really a problem? Arch Pediatr Adolesc Med. 2001; 155:54-59.
15. Glascoe FP. Parents’ evaluation of developmental status: how well do parents’ concerns identify children with behavioral and emotional problems? Clin Pediatr (Phila). 2003; 42(2):133-8.
16. Goldfarb CE, Roberts W. Developmental monitoring in primary care. Can Fam Phisician 1996; 42:1527-1536.
17. Hadders-Algra M. Challenges and limitations in early intervention. Dev Med Child Neurol. 2011; 53 Suppl 4:52-55.
18. Halfon N, Regalado M, Sareen H et al. Assessing development in the pediatric offi ce. Pediatrics. 2004; 113(6 Suppl):1926-1933.
19. Hall DM, Stewart-Brown S. Screening in child health. Br Med Bull. 1998; 54:929-943.
20. Hutchson T, Nicoll A. Developmental screening and surveillance. Br Hosp Med. 1988; 39:22-29.
21. Lefèvre BL, Diament A. Exame neurológico do recémnascido de termo. In: Diament A, Cypel S. Neurologia infantil. 2.ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 1990.
22. Lejarraga H, Krupitzky S, Kelmansky D, Martinez E, Bianco A, Pascucci MC et al. Edad de cumplimiento de pautas de desarollo em ninos argentinos menores de 6 anos. Archivos argentinos de Pediatria. 1996; 94:355-368.
23. Lima MC, Eickmann SH, Lima ACV, Guerra MQ, Lira PIC, Huttly SRA, Ashworth A. Determinants of mental and motor development at 12 months in a low income population: a cohort study in northeast Brasil. Acta Paediatr. 2004; 93(7):969-975.
24. Marinho H. Escala do desenvolvimento Heloisa Marinho. Rio de Janeiro: América; 1978.
25. Martin AJ, Darlow BA, Salt A et al. Identifi cation of infants with major cognitive delay using parental report. Dev Med Child Neurol. 2012; 54(3):254-259.
26. Menezes AMB, Dumith SC, Martínez-Mesa J, Silva A, Cascaes AM, Domínguez GG et al. Problemas de saúde mental e tabagismo em adolescentes do sul do Brasil. Rev Saúde Pública. 2011; 45(4).
27. Merikangas KR, He JP, Burstein M, Swanson SA, Avenevoli S, Cui L et al. Lifetime prevalence of mental disorders in U.S. adolescents: results from the National Comorbidity Survey Replication-Adolescent Supplement (NCS-A). Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. 2010; 49:980-989.
28. Ministério da Saúde. Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. Brasília (DF); 1986. (Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança)
29. Ministério da Saúde. Assistência integral à saúde da criança: ações básicas. Brasília (DF); 1984.
30. Ministério da Saúde. Caderneta de saúde da criança. 3.ed. Brasília (DF); 2006.
31. Ministério da Saúde. Caderneta de saúde da criança. 6.ed. Brasília (DF); 2009. [acesso em 10 abr 2015]. Disponível em: http://www.redeblh.fi ocruz.br/media/cadmenina.pdf
32. Ministério da Saúde. Coordenação de Saúde Materno-Infantil. Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Atendimento integrado à saúde da criança – módulo I – cartão da criança (instrutivo). Brasília (DF); 1992.
33. Miranda LP, Resegue R, Figueiras ACM. A criança e o adolescente com problemas de desenvolvimento no ambulatório de pediatria, J Pediatr. 2003; 79(supl. 1):33-42.
34. Palfrey JS, Hauser-Cram P, Bronson MB. The Brookline Early Education Project: a 25-year follow-up study of a family-centered early health and development intervention. Pediatrics. 2005; 116(1):144-152.
35. Pinto EB, Vilanova LCP, Vieira RM. O desenvolvimento do comportamento da criança no primeiro ano de vida. São Paulo: FAPESP/Casa do Psicólogo; 1997.
36. Reichert APS. Vigilância do desenvolvimento neuropsicomotor de lactentes na estratégia da saúde da família. [tese de doutorado]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 2011. [acesso em 5 jul. 2013]. Disponível em: http://www.ufpe.br/posca/images/documentos/teses_e_ dissertacoes/ altamira.pdf
37. Resegue R, Puccini RF, Silva EM. Risk factors associated with developmental abnormalities among high-risk children attended at a multidisciplinary clinic. São Paulo Med J. 2008; 126(1):4-10.
38. Sandler AD, Brazdziunas D, Cooley WC, L. González de Pijem L,; D. Hirsch D, Kastner, TA et al. Developmental surveillance and screening of infants and young children. Pediatrics. 2001; 108(1):192-196.
39. Sucupira ACSL, Werner Júnior J, Resegue R. Desenvolvimento. In: Sucupira ACSL, organizadora. Pediatria em consultório. 4.ed. São Paulo: Savier; 2000. p.22-39.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Amira Consuêlo de Melo Figueiras