Resumo
O presente trabalho apresenta a proposta de problematização acerca da maneira como vêm sendo conduzidos os atendimentos de violência contra a mulher por profissionais da saúde e demais serviços públicos. Considerando que esse tipo de violência parece estar relacionado aos modos de subjetivação baseados em categorias de gênero, sendo padronizadas as formas de ser homem e mulher, percebe-se que a psicologia pode advir como instrumento de desnaturalização/ despsicologização, ampliando a questão para o social e não a reduzindo a um problema individual, da mulher. Pretende-se, a partir de uma aposta ético-política, utilizando os conceitos de biopoder e governamentalidade, proposto por Michel Foucault, (re)pensar tais práticas para a construção de novas ferramentas para o enfrentamento desse tipo de violência.
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