Resumo
O objetivo do estudo foi traçar o perfil da evolução da prevalência dos casos de suicídio e de tentativas de suicídio no Estado de São Paulo de 2003 a 2010, segundo sexo, e em 2003 e 2010, conforme faixa etária. Foram considerados como suicídios e tentativas os casos registrados no Datasus dentro do grande grupo CID10: X60-X84 – lesões autoprovocadas voluntariamente. Coletaram-se dados de mortalidade e morbidade em maiores de 10 anos, por sexo, entre 2003 e 2010, e por faixa etária em 2003 e 2010. As taxas foram calculadas por 100.000 habitantes. Constatou-se que, apesar de a taxa de óbitos por suicídio ser maior entre os homens, seu crescimento ao longo dos anos tem sido maior entre as mulheres. Em relação à idade, verificou-se, entre 2003 e 2010, um crescimento das taxas de mortalidade, principalmente de 10 a 14 anos e de 20 a 39 anos, e um decréscimo a partir de 50 anos. Quanto às tentativas de suicídio, os dados se apresentaram irregulares durante o período, mas com maior equilíbrio entre os sexos. Conclui-se pela necessidade de maior investimento na qualificação dos profissionais de saúde, tanto para prevenção e assistência quanto para o encaminhamento adequado dos casos de pessoas com depressão e ideias suicidas.
Referências
2. Alexopoulos GS, Reynolds CF 3rd; Bruce ML, Katz IR, Raue PJ, Mulsant BH, et al. Reducing suicidal ideation and depression in older primary care patients: 24-month outcomes of the PROSPECT study. Am J Psychiatry. 2009;166:882-90.
3. Bezerra Filho JG, Werneck GL, Almeida RLF, Oliveira MIV, Magalhães FB. Estudo ecológico sobre os possíveis determinantes socioeconômicos, demográficos e fisiográficos do suicídio no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, 1998-2002. Cad Saúde Pública. 2012;28(5):833-844.
4. Botega NJ. Suicide: moving away umbrage towards a National Prevention Plan. Rev Bras Psiquiatr. 2007; 29:7-8.
5. Botega, N. Comportamento suicida em números. Debates [periódico na internet]. 2010 [acesso em 20.11.2012]; 2(1):11-15. Disponível em: http://www.abp.org.br/medicos/ publicações/debates.
6. Coêlho, B M, Andrade LH, Guarniero FB, Wang YP The influence of the comorbidity between depression and alcohol use disorder on suicidal behaviors in the São Paulo Epidemiologic Catchment Area Study, Brazil. Rev. Bras. Psiquiatr [periódico na internet]. 2010[acesso em 11.12.2012];32: 396-408. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbp/2010nahead/aop2710.pdf.
7. Gaynes BN, West S L, Ford CA, Frame, P, Klein J, Lohr K.N. Screening for Suicide Risk in Adults: A Summary of the Evidence for the U.S. Preventive Services Task Force. Annals of Internal Medicine. 2004;140: 823-837.
8. Hetem LA. Prevenção do suicídio. Debates [periódico na internet] 2010 [ acesso em 02.02.2013] 2(1):17-18. Disponível em: www.abp.org.br/medicos/publicações/debates
9. Knox K L, Yeates C, Caine ED. If suicide is a public health problem, what are we doing to prevent it? Amer J Public Health. 2004; 94:37-45.
10. Kohlrausch E, Lima MAD, Abreu KP, Soares JSF. Atendimento ao comportamento suicida: concepções de enfermeiras de unidades de saúde. Cienc Cuid Saude. 2008;7:468-475.
11. Lovisi GM, Santos AS, Legay L, Abelha L, Valencia E. Análise epidemiológica do suicídio no Brasil entre 1980 e 2006. Rev Bras Psiquiatr. 2009;31(Supl II):S86-93.
12. Luoma JB, Martin CE, Pearson JL. Contact with mental health and primary care providers before suicide: a review of the evidence Am J Psychiatry. 2002;159: 909-916.
13. Marin-León, L. & Barros, M.R, Mortes por suicídio: diferenças de gênero e nível socioeconômico. Rev Saúde Pública. 2003; 37:357-363.
14. Ministério da Saúde. Manual ajudará a prevenir suicídio [monografia na internet]. Brasília (DF); s/d [acesso em 25 de maio de 2011]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/ portal/saude/ visualizar_texto.cfm?idtxt=25076
15. Ministério da Saúde. Prevenção do Suicídio. Manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental [monografia na internet] Brasilia (DF); 2006. [acesso em 31 maio 2012]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ manual_editoracao.pdf
16. Morais MLS, Rosa TEC, Moraes C. Prevalência do consumo abusivo de álcool em homens no estado de São Paulo: apontamentos para uma abordagem do alcoolismo na Atenção Básica à Saúde. BIS. Boletim do Instituto de Saúde. 2012;14 (1): 73-79. nível socioeconômico. Rev Saúde Pública. 2003; 37:357-363.
17. Parente AC, Soares RB, Araujo AR, Cavalcante IS, Monteiro CF. Characterization of suicide cases in a Brazilian northeastern capital. Rev Bras Enferm. 2007; 60:377-81.
18. Pereira, JCR. Bioestatística em outras palavras. São Paulo: Edusp, 2010. pg 233-243
19. Schmitt R, Lang MG, Quevedo, J, Colombo, t. Perfil epidemiológico do suicídio no extremo oeste do estado de Santa Catarina, Brasil. Rev Psiquiatr RS. 2008; 30:115-123. 20. World Health Organization. Mental health, Suicide programmes [monografia na internet]. Geneva; 2011. [acesso em 31 maio 2012]. Disponível em: http://www.who.int/mental_health/media/braz.pdf
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Maria de Lima Salum e Morais, Maria Mercedes Loureiro Escuder