Resumen
Este artigo apresenta resultados obtidos em pesquisa mais ampla intitulada “A configuração das redes sociais de mulheres em situação de violência doméstica”, realizada em um município da região metropolitana de São Paulo. Busca-se neste texto analisar o papel desempenhado pelo setor saúde na rede de atendimento
às mulheres em situação de violência doméstica. Utilizase como referencial o conceito de redes sociais, tal como proposto nas pesquisas sociais. Assume-se a perspectiva de avançar para além das análises estruturais e funcionais das redes em direção às dinâmicas relacionais que se estabelecem em seu interior, de acordo com os preceitos formulados por Paulo Henrique Martins e a concepção de violência doméstica que orienta a Lei Maria da Penha. A violência impingida às mulheres
impossibilita a manutenção dos vínculos sociais, promovendo isolamento e fragilidade, o que dificulta a obtenção de apoio para saída da situação. O setor saúde
apresenta-se fragmentado quanto ao fluxo de trocas que deveria existir em seu interior e com os demais serviços, distanciando-se da realidade das mulheres e limitandose, na maioria dos casos, à medicalização das marcas da violência deixadas nos seus corpos.
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