Crack – entre deslocamentos, territorializações e resistências
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Bioética
Crack
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Rosatti , . L. . (2017). Crack – entre deslocamentos, territorializações e resistências: uma caça às bruxas contemporânea. Boletim Do Instituto De Saúde - BIS, 18(1), 48–68. https://doi.org/10.52753/bis.v18i1.34805

Resumen

O uso de substâncias psicoativas foi uma prática necessária na vida individual e comunitária do ser humano. Para diversas sociedades, o espaço de lazer sempre esteve associado à ideia do “estar fora de casa” - a margem do domínio imposto pela representação do poder familiar - para estar em um espaço de trânsito, de transe, de lazer. Entre deslocamentos e territorializações, o crack migra para a região central da cidade de São Paulo e configura novas lógicas de apropriação, que serão alvo de demonstrações de força exercidas através da hegemonia do Estado e do paternalismo da medicina. Assim, busca-se analisar dilemas Bioéticos que surgem a partir do momento em que há conflitos entre a determinação para assegurar a autonomia pessoal do indivíduo e o autocontrole para proteger a autonomia do outro. Quando se desloca o caráter ético das relações humanas para uma tecnificação dos problemas éticos - onde as questões humanas passam por um juízo moral que as substitui por problemas técnicos especializados e suscetíveis de soluções profissionais que interferem na esfera individual - significa submeter-se à esfera de influência que transfere ao Estado e à medicina o direito de decidir sobre a vida, e sobre o que diz respeito à ética da vida.

https://doi.org/10.52753/bis.v18i1.34805
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