Resumen
Este artigo busca refletir sobre a qualidade dos atendimentos em saúde à população que apresenta modos de vivência da sexualidade e modos existenciais de gênero diversos do pressuposto heteronormativo, bem como as variáveis desta qualidade nos atendimentos. Além da falta de informação e capacitação profissional acerca dessa população – e suas especificidades no atendimento à saúde – e de sua invisibilidade no cotidiano social como elementos que contribuem para a má qualidade de atendimento, temos os modos de afetação subjetiva como um elemento de variação nessa mesma qualidade. A afetação positiva, no sentido de encontrocontato-experiência com o estranho, é o que cria a possibilidade de construção de sentimentos e posições positivas acerca da multiplicidade em seus aspectos diversos da normativa de sexo, gênero, desejo e práticas. É essa mesma afetação que possibilita o reconhecimento do humano no estranho, ampliando as margens da categoria humano.
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