Resumo
A violência é um fenômeno sócio-histórico, provoca forte impacto na morbimortalidade, caracterizando-se como a terceira causa de morte (violências e acidentes), e vem se tornando um dos principais problemas de saúde pública; seu enfrentamento exige ações intra e intersetoriais. Ocorre em cada região e município de forma específica, sem que muitas vezes tenhamos a real dimensão do problema. A vigilância epidemiológica se constitui em estratégia imprescindível para políticas de controle dessa verdadeira epidemia, ainda oculta em nossa sociedade. A notificação da violência doméstica e sexual nos serviços de saúde torna-se um passo essencial para o seu enfrentamento, assim como a implantação de ações de Promoção da Saúde, Prevenção da Violência e estímulo à Cultura da Paz. Este trabalho apresenta uma breve análise do processo de implantação e implementação da Ficha de Notificação/Investigação de Violência Doméstica, Sexual e Outras Violências Interpessoais vinculadas ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) no Paraná, que se iniciou em 2009. Foram notificados 23.715 casos entre os anos de 2009 e 2012. O aumento das notificações tem sido gradativo a cada ano, com maior crescimento de 2011 para 2012 (133%). Os principais desafios para a implementação da vigilância das violências encontramse na necessidade de sensibilização e capacitação dos profissionais e gestores de saúde, na organização dos serviços para o acolhimento dessa demanda e na necessidade de atuação em rede.
Referências
2. Minayo MCS. Conceitos, teorias e tipologias de violência: a violência faz mal à saúde. In: Njaine K, Assis SG, Constantino P. Impactos da violência na saúde. Rio de Janeiro: FIOCUZ; 2009.
3. Minayo MCS. Violência e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ; 2006. (Temas em saúde).
4. Minayo MCS. A Violência dramatiza causas. Minayo MCS, Souza ER, organizadoras. Violência sob o olhar da saúde: a infrapolítica da contemporaneidade brasileira. Rio de Janeiro: FIOCRUZ; 2003.
5. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. VIVA: instrutivo de notificação de violência doméstica, sexual e outras violências. Brasília (DF); 2011. (Série F. Comunicação e educação em saúde)
6. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Coordenação Geral de Vigilância de Doenças e Agravos Não
Transmissíveis. Nota técnica nº22 - CGDANT/DASIS/SVS/MS, de 22/08/2008. Brasília (DF); 2008.
7. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. VIVA - Vigilância de Violência e Acidentes, 2008 e 2009. Brasília (DF); 2011. (Série G. Estatística e informação em Saúde)
8. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção em Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. 3.ed. Brasília (DF); 2010. (Série Pactos pela saúde 2006, 7).
9. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.. Plano Estadual de Vigilância de Violências e Acidentes do Estado do Paraná [monografia na internet]. Curitiba: SESA-PR; 2009[acesso em 17 ago 2012]. Disponível em: http://www.sesa.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php? conteudo=1095.
10. Saliba O, Garbin CAS, Garbin AJI, Dossi AP. Responsabilidade do profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência doméstica. Rev Saúde Pública. 2007; 41(3):472-477.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2013 Terezinha Maria Mafiolett, Emerson Luiz Peres, Alice Eugênia Tisserant