Resumo
Este artigo visa problematizar o estabelecimento de Relações Humanas dentro de espaços institucionalizados do sistema público de saúde e apresentar propostas efetivas em curso dentro de um Hospital Geral, no caso o Hospital Geral de São Mateus. Serão apresentados os temas: as disparidades dos discursos do corpo e da fala; a vigência de uma língua ofi cial e suas constantes, variáveis apenas dentro de dissimulações e seu manejo: eufemizações, fi guras de linguagem, como metáforas e metonimias na relação com a zona de Indiscernibilidade da linguagem de usuários, suscetíveis a variações, fl uxos e adaptações, mas “capturável” pela linguagem ofi cial, tanto no aspecto das apropriações como no da deslegitimização2; os processos da fala: humor como recurso de quebra de resistência e rigidez das linguagens; a relação instituição/linguagens e seus mecanismos de controle. Será discutido como o sistema de saúde está sujeito às padronizações e modelos que representam regimes de poder e de verdades (ou mentiras legitimadas)4. O usuário sabe que, ao buscar atendimento em uma instituição de saúde, também terá de lidar com os sistemas vigentes de produção de verdades. Assim, mostramos que a comunicação se dá no afeto, na confi abilidade e no vínculo, na linguagem corporal, nas quebras de padrão e no humor que passa pela “desburocratização” das relações, como também na legitimação dos afetos, da diversidade dos discursos, das culturas, dos gêneros.
Referências
2. Deleuze G, Guattari F. Mil Platôs Vol. 2. São Paulo: Ed 34; 1997. p.47.
3. Enciclopédia Einaudi Vol.22. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda; 1996. p.181.
4. Nietzsche F. Sobre verdades e mentiras no sentido extramoral. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril; 1974.
5. Paes da Silva MJ. O papel da comunicação na humanização da atenção à saúde. Rev. Bioética 2002; 10(2):73.
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Copyright (c) 2010 Walter Muller