Resumo
O discurso da Educação em Saúde se apresenta como um “saber” que deve ser levado às populações, contribuindo para a concretização de um Política de Saúde do Estado. Porém, faz-se necessário analisar esse discurso e suas condições de produção, de maneira a caracterizar sua base ideológica e seu papel político. Por meio de exemplos, é discutido como algumas ferramentas discursivas presentes em materiais educativos de saúde podem ser utilizadas de maneira a reforçar estigmas e re-marginalizar determinados grupos sociais, contribuindo para a estigmatização desses indivíduos e se configurando como violência institucional. Nesse sentido é necessário resgatar modelos de intervenção democráticos que se baseiem no conceito de vulnerabilidade e que possibilitem a promoção do respeito e da autonomia para o cuidado da saúde
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