Comunicação e saúde: por uma política ético-estética

Autores

  • Marli Fernandes é psicóloga, pesquisadora do Instituto de Saúde e mestre em esquisoánalise pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. É membro da revista eletrônica Cadernos de Subjetividade do Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC-SP.
  • Mário César da Silva é psicólogo, profi ssional do projeto Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD Itaquera-São Paulo).

Palavras-chave:

Ética, estética, subjetividade

Resumo

O presente artigo, que tem como tema Comunicação e Saúde – por uma política ético-estética, apresenta tendências de duas vertentes do pensamento contemporâneo. Ambas cartografam dispositivos distintos, porém semelhantes: analisar a resultante dos modos de criação e possíveis saídas (modos de resistência) ao modelo hegemônico de sentido e valor próprios da lógica de mercado, que caracterizam a contemporaneidade, é o que traduz pelo menos uma das vertentes; fazer composições com as resultantes dos modos de criação da cultura e possíveis saídas (modos de resistência) ao modelo do capitalismo atuante, pelo qual todos nós – comunicadores de saúde, ou não – estamos contaminados. Estas questões da comunicação em geral nos circunda e nos afeta em nosso modo de agir. Mesmo de modo breve, percebe-se que “tudo” remonta a uma questão ético-política e estética. Trata-se, portanto, de comunicar, difundir e identifi car os recursos (des) potencializadores da qualidade de vida, os sinais da cultura, os modos de existência frente aos fatos adversos e cotidianamente ativados pelos organismos socioculturais coexistentes e na comunicação do mundo globalizado (foto 1). Salta-nos aos olhos esta questão, que talvez seja o caráter inovador do tema: os efeitos imediatos dirigidos ao papel do profi ssional e do trabalhador da saúde que, diante das sensibilidades da
produção de subjetividades no mundo contemporâneo, percebe estas multiplicidades e se pergunta a respeito destas confi gurações, de um mundo de velocidades infi nitas, virtuais, nem por isso irreais e que nunca cessam de produzir o real.

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Referências

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Publicado

2010-04-30

Como Citar

Fernandes, M., & Silva, M. C. da. (2010). Comunicação e saúde: por uma política ético-estética. BIS. Boletim Do Instituto De Saúde, 12(1), 88–93. Recuperado de https://periodicos.saude.sp.gov.br/bis/article/view/34034