Fenômeno de Lúcio (eritema necrosante)
DOI:
https://doi.org/10.47878/hi.1995.v20.36489Palavras-chave:
Fenômeno de Lúcio, Eritema necrosante, HanseníaseResumo
Uma mulher de 35 anos com hanseníase virchoviana, apresentou lesões características do Fenômeno de Lúcio, que evoluíram com necrose e grandes ulcerações em sua face e membros. Houve infecção secundária com septicemia e choque e a paciente faleceu no décimo dia da internação. Foram observados focos de necrose e exsudação neutrofílica em granulomas virchovianos em linfonodos e fígado, várias tromboses venosas e broncopneumonia. Os dados desta necrose e os da literatura sugerem que o Fenômeno de Lúcio é um infarto hemorrágico de áreas cutâneas causado pela oclusão de veias de plexos da derme profunda e do tecido subcutâneo, envolvidos previamente pela infiltração virchoviana e bacilos. Os focos exsudativos observados em granulomas virchovianos em linfonodos e fígado, sugerem uma reação tipo 2 com uma evolução subclínica e as alterações exsudativas a nível destas veias podem precipitar sua oclusão total. Um paciente com Fenômeno de Lúcio se comporta como um grande queimado, pois perde água, sais e proteínas pelas ulcerações que apresenta e está sujeito a infecção bacteriana das mesmas. Várias áreas de necrose na derme e subcutâneo podem liberar fatores de coagulação que causam as tromboses encontradas em vários territórios venosos. Não há relação entre os focos de necrose na mucosa gastrointestinal e a hanseníase, e elas são certamente causadas pelo choque.
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