Hanseníase no município de Buriticupu, estado do Maranhão, Brasil: estudo de incapacidades em indivíduos no pós-alta
DOI:
https://doi.org/10.47878/hi.2012.v37.36196Palavras-chave:
Hanseníase, Avaliação da Deficiência, Alta do PacienteResumo
O município de Buriticupu apresenta indicadores epidemiológicos que o classificam como hiperendêmico para hanseníase. Levando em conta o potencial da doença em causar incapacidades físicas e limitações de natureza psicossocial foi desenvolvido um estudo com o objetivo de caracterizar o grau de limitação funcional, de atividade física e da participação social de indivíduos após alta por cura. O estudo, transversal e descritivo, foi desenvolvido no período de junho a dezembro de 2010 em uma amostra de 69 indivíduos que tinham recebido alta do tratamento entre 2007 e 2009. Foi feita avaliação simplificada da função neural, aplicação da escala SALSA (para caracterizar a limitação de atividade e consciência de risco) e da escala de participação (para caracterizar a restrição à participação social do indivíduo), além do cálculo do escore OMP. Foi identificada uma população predominante do sexo masculino, na faixa etária economicamente ativa e com ocupação relacionada a demandas por esforço físico, com destaque para lavrador. O percentual de 76,8% dos pacientes não apresentava incapacidades físicas e 59,4% não apresentava limitação de atividades. Não foi constatada percepção de risco de sofrer lesões traumáticas por 69,6% dos indivíduos, enquanto 72,5% dos indivíduos não apresentaram restrição significativa à participação social. Apesar dos dados favoráveis, o percentual que apresentou alterações reflete a necessidade de melhoria na atenção pós-alta ao indivíduo no município.
Downloads
Referências
2 Silva AR, Portela EGL, Matos WB, Silva CCB, Gonçalves EGR. Hanseníase no município de Buriticupu, Estado do Maranhão: busca ativa na população estudantil. Rev Soc Bras Med Trop. 2007;40(6):657-60.
3 Silva AR, Matos WB, Silva CCB, Gonçalves EGR. Hanseníase no município de Buriticupu, Estado do Maranhão: busca ativa de casos na população adulta. Rev Soc Bras Med Trop. 2010;43(6):691-4.
4 Silva AR, Santos ARR, Santos GMC, Silva VEB, Gonçalves EGR. Leprosy in Buriticupu, State of Maranhão: active search in the general population. Rev Soc Bras Med Trop. 2012;45(2):199-202.
5 Aquino DM, Caldas AJ, Silva AA, Costa JML. Perfil dos pacientes com hanseníase em área hiperendêmica da Amazônia do Maranhão. Rev Soc Bras Med Trop. 2003;36(1):56-64.
6 Lockwood DNJ, Suneetha S. Leprosy: too complex a disease for a simple elimination paradigm. Bull World Health Organ. 2005 Mar;83(3):230-5.
7 Job CK, Path FRC. O comprometimento neural na hanseníase. Hansen Int. 1989;14(1):50-8.
8 Shetty VP, Mistry NF, Antia NH. Current understanding of leprosy as a peripheral nerve disorder: significance of involvement of peripheral nerve in Leprosy. Indian J Lepr. 2000;72(3):339-50.
9 Srinivasan H. Disability, deformity and rehabilitation. In: Hastings RC. Leprosy. 2nd. New York: Churchill Livingstone; 1994. p. 411-47.
10 Organisation Mondiale de la Santé (OMS). Comité OMS d’experts de la Lepre [Internet]. Geneve: Organisation Mondiale de la Santé; 1988. [citado em 2010 nov. 10]. Disponível em:http://whqlibdoc.who.int/trs/WHO_TRS_768_fre.pdf
11 Suárez GRE. Notas sobre la epidemiologia de la lepra. Washington: Organización Panamericana de la Salud / Organización Mundial de la Salud; 1989. p. 23-8. (PNSP 89-42).
12 Goulart IB, Dias CM, Oliveira ACS, Silva AA, Alves RR, Quaresemin CR, et al. Grau de incapacidade: indicador de prevalência oculta e qualidade do programa de controle da hanseníase em um Centro de Saúde - Escola no Município de Uberlândia - MG. Hansen Int. 2002;27(1):5-13.
13 Sauderson P. The epidemiology of reactions and nerve damage. Lepr Rev. 2000 Dec.;71(Suppl):106-10.
14 Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de Prevenção de Incapacidades. 3ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2008.
15 World Health Organization (WHO). International Classification of Functioning,Disability and Health. [place unknown]: ICF; 2001.
16 Escala SALSA: pacote de teste Beta - versão 1.0. 2004. [citado em 2010 out. 15]. Disponível em: http://www.almbrasil.com.br/arquivos/Escala%20SALSA.doc
17 Participation Scale Users. Manual, 4.6. 2005. [citado em 2010 nov. 10]. Disponível em: http://www.leprastichting.nl/assets/infolep/Participation%20Scale%20Users%20Manual%20v.4.6.pdf
18 Salsa Collaborative Study Gro up. The development of a short questionnaire for screening of activity limitation and safety awareness (SALSA) in clients affected by leprosy or diabetes. Disabil Rehabil. 2007 May 15;29(9):689-700.
19 Lana FCF, Davi RF, Lanza FM, Amaral EP. Detecção da hanseníase e Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios de Minas Gerais, Brasil. Rev Eletr Enf. 2009;11(3):539-44.
20 Longo JDM, Cunha RV. Perfil clínico-epidemiológico dos casos de hanseníase atendidos no Hospital Universitário em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, de janeiro de 1994 a julho de 2005. Hansen Int. 2006;31(1):9-14.
21 Araújo RRDF, Oliveira MHP. A irregularidade dos portadores de hanseníase ao serviço de saúde. Hansen Int. 2003;28(1):59-64.
22 Croft RP, Nicholls PG, Steyerberg EW, Richardus JH, Cairns W, Smith S. A clinical prediction rule for nerve function impairment in leprosy patients. Lancet. 2000 May 6;355(9215):1603-6.
23 Barbosa JC, Ramos NA Junior, Alencar MJF, Castro CGJ. Pós-alta em hanseníase no Ceará: limitação da atividade funcional, consciência de risco e participação social. Rev Bras Enferm. 2008;61(esp):727-33.
24 Stucki G, Reinhardt JD, Grimby G, Melvin J. O desenvolvimento da pesquisa em funcionalidade humana e reabilitação a partir de uma
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este periódico está licenciado sob uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.