Evolução das lesões nasais em pacientes com hanseníase
DOI:
https://doi.org/10.47878/hi.2010.v35.35118Palavras-chave:
hanseníase, mucosa nasal, obstrução nasal, incapacidades e saúde, morbidadeResumo
Doença causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, a hanseníase ataca a pele e os nervos periféricos, em especial dos olhos, do nariz, das mãos e dos pés. Sua maior morbidade associa-se aos estados reacionais e ao acometimento neural que podem causar deficiências físicas, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes. Este estudo teve como finalidade descrever as alterações e avaliar a evolução das lesões nasais encontradas durante o tratamento de hanseníase com poliquimioterapia, mediante avaliações realizadas pelo profissional no serviço de prevenção e de reabilitação das incapacidades físicas. Os resultados demonstraram que a lesão nasal é freqüente (69,8%). A lesão mais encontrada foi o ressecamento (38,2%), seguido de crostas (23,6%) e de obstrução nasal (8%). Considerando reavaliações e orientações quanto aos cuidados com o nariz no sentido de prevenir lesões e de cuidar das já instaladas, o acompanhamento do paciente ao longo do tratamento resultou em melhora das lesões em 47,2% dos casos, em manutenção da lesão em 39,5% dos casos, em ausência de lesão em 6,3% e em piora das lesões em 7% dos casos. O nariz deve ser elencado como local de avaliação e de cuidados na rotina de atendimento em prevenção de incapacidades na hanseníase.
Referências
2 World Health Organization. Global leprosy situation, beginning of 2008. Wkly Epidemiol Rec [serial online] 2008 Aug [cited 2009 out 10];83(33):[8 screens]. Available from: URL: http://www.who.int/wer/2008/wer8333.pdf
3 Ministério da Saúde (BR). DATASUS. Sistema e aplicativos. Epidemiologia. SIAB. SINAN [Monografia na Internet] 2008 [citado 2008 Maio 04]. Disponível em: http://www.saude.gov.br
4 Hastings RC. Leprosy: medicine in the tropics series. London: Churchill Livingstone; 1985.
5 Davey TF. The nose in leprosy: steps to a better understanding. Lepr Rev 1974; 45: 97-103.
6 Mcdougall AC, Yuasa Y. A new atlas of leprosy. Tokyo: Sasakawa Memorial Health Foundation; 2002.
7 Cristofolini L, Ogusku EF. Proposta para avaliação e cuidados nasais na hanseníase. Salusvita 1988; 7: 129-36.
8 Cristofolini L. Dinâmica da prevenção e tratamento das incapacidades na hanseníase. Salusvita 1989; 8: 9-13.
9 Lana FCF. Politicas sanitarias em hanseniase: historia social e a construção da cidadania [tese]. Ribeirao Preto (SP): Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto; 1997.
10 Nardi SMT, Paschoal VDA, Zanetta DMT. Freqüência de avaliações e seu impacto na prevenção das incapacidades físicas durante o tratamento dos pacientes com hanseníase. Hansen Int 2005; 30: 157-66.
11 Virmond MCL. Alguns apontamentos sobre a história da prevenção de incapacidades e reabilitação em hanseníase no Brasil. Hansen Int 2008; 33 Suppl 1:13-8.
12 Virmond M, Vieth H. Prevenção de incapacidades na hanseníase: uma análise crítica. Medicina (Ribeirão Preto) 1997; 30: 358-63.
13 Noordeen SK. Elimination of leprosy as a public health problem: progress and prospects. Bull World Health Organ 1995; 73: 1-6.
14 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Políticas da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Dermatologia Sanitária. Manual de prevenção de incapacidades. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2001.
15 Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agree- The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics 1977; 33: 159-174.
16 Martins ACC, Castro JC, Moreira JS. Estudo retrospectivo de dez anos em endoscopia em cavidades nasais de pacientes com hanseníase. RBORL 2005; 71: 609-6.
17 Silva GM, Patrocínio LG, Patrocínio JA, Goulart IMB. Avaliação otorrinolaringológica na hanseníase protocolo de um centro de referência. Arq Int Otorrinolaringol 2008; 12: 77-81.
18 Barton RP. A clinical study of nose in lepromatous leprosy. Lepr Rev 1974; 45: 135-44.
19 Araújo RRD, Oliveira MHP. A irregularidade dos portadores de hanseníase ao serviço de saúde. Hansen Int 2003; 28: 71-8.
20 Aquino DMC, Caldas AJM, Silva AAM, Costa JML. Perfil dos pacientes com hanseníase em área hiperendêmica da Amazônia do Maranhão, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop 2003; 36: 57-64.
21 Torres-Larrosa MT, Pérez-Pérez LJ, Quintana Ginestar MV, Torres-Peris V, Artazkoz del Toro JJ. Lepra nasal: impacto de la multiterapia en la morfología y la fisiología nasal. Acta Otorrinolaringol Esp 2007; 58: 182-6.
22 Hanseníase: efeitos colaterais dos medicamentos e condutas [Monografia na Internet] [citado 2008 Nov 03]. Disponível em: http://www.campinas.sp.gov.br/saude/doencas/hanseniase/hanseniase_funasa_2_4.htm
23 Lehman LF, Orsini MBP, Fuzikawa PL, Lima RC, Gonçalves SD. Avaliação neurológica simplificada. Belo Horizonte: ALM International; 1997.
24 Monteiro MPA. Incapacidades físicas em pacientes com hanseníase acompanhados pelas equipes de saúde da família das zonas urbanas de Sobral, Ceará [monografia]. Ceará: Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia; 2004.
25 Yawalkar SJ. Leprosy for medical practitioners and paramedical workers. 7ª ed. Basle (CH): Norvatis Foundation for Sustainable Development; 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este periódico está licenciado sob uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.