Resposta virológica sustentada às drogas de ação direta de segunda geração para hepatite C

Autores

  • Adriana Parise Compri Laboratório de Hepatites Virais, Centro de Virologia, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, SP
  • Vanessa Cristina Martins Silva Laboratório de Hepatites Virais, Centro de Virologia, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, SP
  • Marcilio Figueiredo Lemos Laboratório de Hepatites Virais, Centro de Virologia, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, SP
  • Isabel Takano Oba Laboratório de Hepatites Virais, Centro de Virologia, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, SP
  • Regina Célia Moreira Laboratório de Hepatites Virais, Centro de Virologia, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, SP

DOI:

https://doi.org/10.57148/bepa.2020.v.17.33949

Palavras-chave:

Hepatite C crônica, Estudo observaciona, Tratamento, Genótipo, Resposta virológica sustentada

Resumo

Introdução: Recentemente, o manejo de pacientes infectados cronicamente pelo vírus da Hepatite C tem progredido, incluindo os antivirais de ação direta (DAAs) de segunda geração, que têm potencial de clarear a infecção em muitos pacientes, especialmente naqueles infectados pelo genótipo 1. Objetivo: Avaliar a resposta virológica sustentada (RVS) ao tratamento para Hepatite C com as drogas de ação direta (DAA) de segunda geração, disponibilizados pelo Ministério da Saúde em pacientes acompanhados por um serviço de saúde da cidade de São Paulo. Métodos: Estudo retrospectivo observacional, baseado em dados secundários obtidos dos sistemas GAL e MEDEX. Foram analisadas 615 amostras de conveniência de pacientes que realizaram tratamento com os DAA de segunda geração no período de junho de 2016 a abril de 2018. Os dados demográficos e clínicos também foram analisados. Resultados: RVS foi observada em 600 pacientes (97,6%). Além disso, 98,4% e 94,7% dos pacientes genótipo 1 e 3, respectivamente, responderam ao tratamento (P = 0.02). Dentre os pacientes que não responderam ao tratamento, 93,3% eram do sexo masculino, virgens de tratamento, e foram tratados por 12 semanas, exceto 1 paciente genótipo 1 e coinfectado com HIV que tratou por 24 semanas. Conclusão: A alta taxa de RVS foi observada para tratamento da Hepatite C com os DAA de segunda geração. A RVS foi significativamente reduzida em pacientes do sexo masculino e infectados pelo genótipo 3, apesar de ainda ser superior a 90%. A coinfecção com o HIV não demonstrou associação com a redução das taxas de RVS (p=0,98).

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Publicado

2020-04-30

Como Citar

1.
Compri AP, Silva VCM, Lemos MF, Oba IT, Moreira RC. Resposta virológica sustentada às drogas de ação direta de segunda geração para hepatite C. Bepa [Internet]. 30º de abril de 2020 [citado 29º de março de 2024];17(196):3-12. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/33949

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