Resumo
Introdução: Recentemente, o manejo de pacientes infectados cronicamente pelo vírus da Hepatite C tem progredido, incluindo os antivirais de ação direta (DAAs) de segunda geração, que têm potencial de clarear a infecção em muitos pacientes, especialmente naqueles infectados pelo genótipo 1. Objetivo: Avaliar a resposta virológica sustentada (RVS) ao tratamento para Hepatite C com as drogas de ação direta (DAA) de segunda geração, disponibilizados pelo Ministério da Saúde em pacientes acompanhados por um serviço de saúde da cidade de São Paulo. Métodos: Estudo retrospectivo observacional, baseado em dados secundários obtidos dos sistemas GAL e MEDEX. Foram analisadas 615 amostras de conveniência de pacientes que realizaram tratamento com os DAA de segunda geração no período de junho de 2016 a abril de 2018. Os dados demográficos e clínicos também foram analisados. Resultados: RVS foi observada em 600 pacientes (97,6%). Além disso, 98,4% e 94,7% dos pacientes genótipo 1 e 3, respectivamente, responderam ao tratamento (P = 0.02). Dentre os pacientes que não responderam ao tratamento, 93,3% eram do sexo masculino, virgens de tratamento, e foram tratados por 12 semanas, exceto 1 paciente genótipo 1 e coinfectado com HIV que tratou por 24 semanas. Conclusão: A alta taxa de RVS foi observada para tratamento da Hepatite C com os DAA de segunda geração. A RVS foi significativamente reduzida em pacientes do sexo masculino e infectados pelo genótipo 3, apesar de ainda ser superior a 90%. A coinfecção com o HIV não demonstrou associação com a redução das taxas de RVS (p=0,98).
Referências
2. Amaku M, Burattini MN, Coutinho FAB, Lopez LF, Mesquita F, Naveira MC, et al. Estimating the size of the HCV infection prevalence: a modeling
approach using the incidence of cases reported to an official notification system. Bull Math Biol. 2016;78(5):970-90.
3. Chew KW, Allen SA, Taylor LE, Rich JD, Feller E. Treatment outcomes with pegylated interferon and ribavirin for male prisoners with chronic hepatitis C. J Clin Gastroenterol. 2009;43(7):686-91.
4. Iacomi F, Iannicelli G, Franceschini A, Migliorisi P, Rosati S, Piselli P, et al. HCV infected prisoners: Should they be still considered a difficult to treat
population? BMC Infect Dis. 2013;13:374.
5. Pawlotsky JM. New hepatitis C virus (HCV) drugs and the hope for a cure: concepts in anti-HCV drug development. Semin Liver Dis. 2014;34(1):22-9.
6. Cheinquer H, Sette H Jr, Wolff FH, de Araujo A, Coelho-Borges S, Soares SRP, et al. Treatment of Chronic HCV Infection with the New Direct Acting Antivirals (DAA): First Report of a Real World Experience in Southern Brazil. Ann Hepatol. 2017;16(5):727-33.
7. European Association for the Study of the Liver (EASL). EASL Clinical Practice Guidelines: management of hepatitis C virus infection. J Hepatol. 2011;55(2):245-64.
8. Sulkowski MS, Cooper C, Hunyady B, Jia J, Ogurtsov P, Peck-Radosavljevic M, et al. Management of adverse effects of Peg-IFN and ribavirin therapy for hepatitis C. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. 2011;8(4):212-23.
9. European Association for the Study of the Liver (EASL). EASL recommendations on treatment of hepatitis C 2015. J Hepatol. 2015;63(1):199-236.
10. Zhang J, Nguyen D, Hu KQ. Chronic Hepatitis C Virus Infection: A Review of Current Direct-Acting Antiviral Treatment Strategies. N Am J Med Sci. 2016;9(2): 47-54.
11. Kwo P, Gitlin N, Nahass R, Bernstein D, Etzkom K, Rojter S, et al. Simeprevir plus sofosbuvir (12 and 8 weeks) in hepatitis C virus genotype 1-
infected patients without cirrhosis: OPTIMIST-1, a phase 3, randomized study. Hepatol. 2016;64(2): 370-80.
12. Höner Zu Siederdissen C, Buggisch P, Böker K, Schott E, Klinker H, Pathil A, et al. Treatment of hepatitis C genotype 1 infection in Germany: effectiveness and safety of antiviral treatment in areal-world setting. United European Gastroenterol J. 2018;6(2):213-24.
13. Lanini S, Scognamiglio P, Mecozzi A, Lombardozzi L, Vullo V, Angelico M, et al. Impact of new DAA therapy on real clinical practice: a multicenter region-wide cohort study. BMC Infect Dis. 2018;18(1):223.
14. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Brasília: MS; 2015. 101p. Available at http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_hepatite_co_coinfeccoes. pdf. Acessed on: 14.set.2019.
15. Ferreira VL, Assis Jarek NA, Tonin FS, Borba HH, Wiens A, Pontarolo R. Safety of interferon-free therapies for chronic hepatitis C: a network meta-analysis. J Clin Pharm Ther. 2016;41(5):478-85.
16. Ferreira VL, Assis Jarek NA, Tonin FS, Borba HH, Wiens A, Muzzillo DA, et al. Ledipasvir/sofosbuvir with or without ribavirin for the treatment
of chronic hepatitis C genotype 1: a pairwise meta-analysis. J Gastroenterol Hepatol. 2017;32(4):749-55.
17. Ferreira VL, Borba HHL, Wiens A, Pedroso MLA, Radunz VFC, Ivantes CAP, et al. Effectiveness and tolerability of directacting antivirals for chronic hepatites C patients in a Southern state of Brazil. Braz J Infect Dis. 2018;22(3):186-92.
18. Martins RMB, Teles SA, Freitas NR, Motta-Castro AR, Souto FJ, Mussi A, et al. Distribution of hepatitis C virus genotypes among blood donors from
mid-west region of Brazil. Rev Inst Med Trop Sao Paulo. 2006;48(1):53-5.
19. Lopes CLR, Teles SA, Espirito-Santo MP, Lampe E, Rodrigues FP, Motta-Castro AR, et al. Prevalence, risk factors and genotypes of hepatitis C virus infection among drug users, Central-Western Brazil. Rev. Saude Publica. 2009;43(1):43-50.
20. Carvalho AC, Junior JLP, Silva MFO, Neto SGS. Perfil genotípico da hepatite C em um laboratório público do estado do Piauí. R. Interd. 2014;7(3):55-60.
21. Naveira MCM, Almeida EC, Cattapan E, Fernandes N, Gomes JN, Graner B, et al. New antivirals for hepatitis Cin Brazil: preliminary effectiveness
analysis with current national databases. Ann Hepatol. 2016;15(6):997.
22. Medeiros T, Salviato CM, do Rosario NF, Saraiva GDN, Esberard EBC, Almeida JR, et al. Adverse effects of direct acting antiviral-based regimens in chronic hepatitis C patients: a Brazilian experience. Int J Clin Pharm. 2017;39(6):1304-11.
23. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das
Hepatites Virais. Brasília: MS; 2019. 68 p. Available at http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/protocolo-clinico-e-diretrizesterapeuticas-para.hepatite-c-e-coinfeccoes. pdf. Acessed on: 21.ago.2019.
24. Ingiliz P, Christensen S, Kimhofer T, Hueppe D, Lutz T, Schewe K, et al. Sofosbuvir and ledipasvir for 8 weeks for the treatment of chronic hepatitis C virus (HCV) infection in HCV-monoinfected and HIV-HCV–coinfected individuals: Results from the German Hepatitis C Cohort (GECCO-01). Clin Infect
Dis. 2016;63(10):1320-4.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2020 Adriana Parise Compri, Vanessa Cristina Martins Silva, Marcilio Figueiredo Lemos, Isabel Takano Oba, Regina Célia Moreira