Eficácia da associação trimetoprim-sulfametoxazol no tratamento da toxoplasmose cerebral em pacientes com Aids
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Como Citar

1.
Otilia Rabenschlag Pellegrino D. Eficácia da associação trimetoprim-sulfametoxazol no tratamento da toxoplasmose cerebral em pacientes com Aids. Bepa [Internet]. 11º de junho de 2022 [citado 21º de novembro de 2024];16(188). Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37659

Resumo

A toxoplasmose cerebral (TC) continua causando alta morbimortalidade em países em
desenvolvimento. A associação sulfadiazina e pirimetamina é considerada o tratamento
padrão, entretanto, o uso de trimetroprim-sulfametoxazol (TMP-SMX) oferece diversas
vantagens potenciais: menor toxicidade, menor custo, facilidade posológica, maior
acessibilidade e disponibilidade de formulação parenteral. Estudo piloto, aberto,
prospectivo, para avaliar a eficácia e segurança do TMP-SMX no tratamento da TC em
pacientes com aids. Foram incluídos pacientes adultos, infectados pelo HIV, com TC
presuntiva, sem alergia às drogas do estudo e sem infecção concomitante do sistema
nervoso central. Os pacientes receberam TMP 10 mg/kg/dia e SMX 50 mg/kg/dia
12/12h (por via oral ou parenteral) por 6 semanas e em seguida, metade da dose inicial.
Avaliações clínicas e laboratoriais foram realizadas na entrada do estudo e semanalmente.
As tomografias computadorizadas de crânio foram realizadas na entrada do estudo e após
duas semanas. As respostas clínica e radiológica foram definidas como 50% ou mais
de melhora nos sintomas neurológicos e 50% ou mais de decréscimo no número e/ou
tamanho das lesões iniciais, respectivamente. Quarenta e seis pacientes foram incluídos
(23 do sexo masculino, a média de idade foi de 35 anos). A contagem média de CD4 foi
de 74 células/mm3
. Para 34 (72%) pacientes este era o primeiro episódio de TC, e em
21% a TC foi doença definidora de aids. Os sintomas mais frequentes foram cefaleia,
déficit focal e confusão mental. Os achados radiológicos mais frequentes foram lesões
focais expansivas (supratentoriais) com realce anelar ou nodular pós-contraste, 39 (85%)
pacientes apresentaram melhora clínico radiológica. O TMP-SMX foi bem tolerado, 5
pacientes (11%) apresentaram reações adversas, sendo 3 (6%) erupções cutâneas grau
1-2, uma reação adversa clínica grau 2 (2%) e uma alteração laboratorial grau 3 (2%)
resultaram na descontinuação do TMP-SMX. Durante o seguimento de 12 semanas,
10 (22%) pacientes apresentaram recidivas por não adesão ao TMP-SMX, todos foram
retratados com TMP-SMX e 90% evoluíram com resposta clínico radiológica após 2
semanas. A letalidade na 2ª semana foi de 0%, na 4ª semana de 2%, na 12ª semana de
9% e a letalidade global do estudo foi de 11%. Neste estudo, TMP-SMX foi eficaz e bem
tolerado em pacientes com aids e TC.

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Copyright (c) 2022 Daniela Otilia Rabenschlag Pellegrino

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