Surto de sarampo no município de Boa Vista, Roraima: ações iniciais de enfrentamento, 2018
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Como Citar

1.
Nogueira Calandrini de Azevedo R, da Silva Siqueira TC, Matilde Brasi C, Madelaine E, Rodrigues F, Figueiredo M. Surto de sarampo no município de Boa Vista, Roraima: ações iniciais de enfrentamento, 2018. Bepa [Internet]. 2º de agosto de 2022 [citado 8º de novembro de 2024];15(178). Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37933

Resumo

Em setembro de 2016, foi concedido ao Brasil, pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS),
o certificado de eliminação do sarampo, após um ano e dois meses do registro do último caso
confirmado, decorrente dos surtos que ocorreram entre 2013 e 2015 nos estados de Pernambuco e
Ceará. O país e a região das Américas foram declarados livres da doença. No estado de Roraima,
antes da certificação da eliminação da doença no país, ocorreu um caso isolado de sarampo
na capital Boa Vista, associado ao surto do Ceará. No decorrer de 2016 e 2017, três casos de
sarampo foram notificados em Boa Vista e descartados laboratorialmente. Em setembro de 2017,
preocupados com o surto de sarampo ocorrido na Venezuela (fronteira com o estado de Roraima),
a Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista emitiu alerta sobre a doença para profissionais de
saúde. Em fevereiro de 2018 foi confirmado um caso em criança venezuelana de um ano de idade,
sem histórico de vacinação prévia, com um quadro acentuado de desnutrição. Filha de imigrantes,
a criança se encontrava em situação de rua, pernoitando em uma praça do centro de Boa Vista com
seus familiares. Ações de investigação epidemiológica e bloqueio vacinal foram iniciadas pela
equipe de Vigilância Epidemiológica municipal. O genótipo identificado foi o D8. A migração de
venezuelanos para a capital Boa Vista é intensa, desde 2017, devido à situação econômica daquele
país e à proximidade associada com facilidade de acesso ao município. Outros casos em pessoas
residentes nos abrigos foram notificados, desencadeando ações de vacinação em abrigos e praças.
Instalou-se sala de situação, com apoio do Conselho Municipal de Saúde, foi definida Equipe de
Resposta Rápida e várias ações foram adotadas relacionadas à população migrante: busca ativa de
casos nos atendimentos ambulatoriais e hospitalares, investigação de campo, acompanhamento e
isolamento de casos e contatos, bloqueio vacinal, coleta de amostras e estratégias de comunicação.
O primeiro caso em brasileiro ocorreu na SE9. Análise das CV no município evidencia índices
entre 54% e 85% nos últimos cinco anos. O surto iniciado na SE7 apresentou, até a SE26, 242
casos notificados: 147 confirmados, 42 descartados e 53 aguardando resultado. Os venezuelanos
representam 42% de todos os casos notificados, residentes em abrigos/rua/praças e residências
compartilhadas com outras famílias venezuelanas, 52% em crianças menores de 5 anos. A maior
proporção (58%) de casos notificados corresponde à população brasileira. Outras estratégias paraconter o surto foram desencadeadas: campanha e visitas casa a casa, escolas, creches e hotéis. As
atividades estão sendo reavaliadas pela equipe da sala de situação para melhorar os resultados
alcançados. Outras medidas de intervenção serão realizadas com o objetivo de conter o surto de
sarampo em Boa Vista.

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Referências

Secretaria Municipal de Saúde. Alerta – SVS/SMSA: Alerta para risco de ocorrência de casos de sarampo e caxumba e proteção contra essas doenças. Boa Vista, 2017.

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Situação do sarampo no Brasil – 2018. Informe nº 30. Brasília, 2018.

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Relatório final da investigação do surto de sarampo. Boa Vista, 2018.

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Plano de Contingência para Resposta às Emergências de Saúde. Brasília, 2016. 64 p.

Secretaria Municipal de Saúde. Plano de enfrentamento ao surto de sarampo. Sala de situação municipal de enfrentamento ao sarampo. Boa Vista, 2018.

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Copyright (c) 2022 Roberta Nogueira Calandrini de Azevedo, Thalita Caroline da Silva Siqueira, Cinthia Matilde Brasi, Erika Madelaine, Francinete Rodrigues, Márcia Figueiredo

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