Heterorresistência ao fluconazol em agentes de criptococose
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Como Citar

1.
Marielle Feliciano L, de Souza Carvalho Melhem (orientadora) M. Heterorresistência ao fluconazol em agentes de criptococose. Bepa [Internet]. 30º de novembro de 2018 [citado 22º de dezembro de 2024];15(178):35-6. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37940

Resumo

Cepas de Cryptococcus gattii e C. neoformans têm potencial para desenvolver  resistência in vitro ao fluconazol (FCL), o que poderia explicar as constantes falhas  terapêuticas e recidivas observadas em pacientes com criptococose e sob terapia com  este fármaco. Heterorresistência é um fenômeno descrito como a emergência de uma  subpopulação pequena de células resistentes, dentro de uma única colônia de uma cepa  suscetível, que pode tolerar concentrações de FCL mais elevadas do que os níveis de  CIM. O objetivo deste estudo foi investigar o nível de heterorresistência a FCL em  100 cepas, incluindo C. gattii e C. neoformans de origem ambiental e clínica (uma  por paciente), provenientes de 3 coleções de culturas (19872013). O CIM de FCL foi  determinado por microdiluição e, em seguida, o seu nível de heterorresistência ao FCL  (NHF) foi avaliado. As suspensões celulares de todas as cepas foram inoculadas em  placas de meio YPD contendo distintas concentrações de FCL (4 a 128 mg/L). O nível  de heterorresistência (NHF) de cada isolado foi determinado pela maior concentração  do fármaco que permitiu crescimento de subpopulações heterorresistentes; a partir  destas, foram obtidas subpopulações altamente heterorresistentes em concentrações  maiores do fármaco (até 256 mg/L). A estabilidade da heterorresistência foi  analisada por transferência diária das subpopulações em meio de cultura isento de  fármaco até a reversão para o NHF original. A cepa-padrão H99, com valores de  CIM e NHF conhecidos, foi utilizada como controle do teste de heterorresistência.  Os CIMs de FCL variaram entre 0,12 a 64 mg/L e foi demonstrado que todas as 100  cepas manifestaram heterorresistência (NHF entre 8 e 128 mg/L) com indução de  até 256 mg/L. De 13 cepas avaliadas para estabilidade da heterorresistência, todas  permaneceram estáveis até 9 passagens diárias em meio isento de FCL. Observou‑se  que o nível de heterorresistência a FCL foi cepa-dependente e em C. gattii maior  do que em C. neoformans. Constatou-se que essa resposta adaptativa é estável com  difícil reversão. O estudo sobre heterorresistência revela um mecanismo adaptativo  para sobrevivência sob estresse de exposição ao FCL e pode oferecer informações  úteis para compreensão da resistência observada em pacientes sob terapia azólica de  longo prazo.     

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Copyright (c) 2018 Leticia Marielle Feliciano, Marcia de Souza Carvalho Melhem (orientadora)

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