Flebotomíneos em parques florestais e outros fragmentos de mata da cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil

Autores

  • Elisabeth Fernandes Bertoletti Gonçalves Departamento de Parques e Áreas Verdes da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo (Depave-3/SMVMA-SP).
  • Neide de Oliveira Castelo Laboratório de Identificação e Pesquisa em Fauna Sinantrópica da Divisão de Vigilância de Zoonoses da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de São Paul o (DVZ/Covisa/SMS-SP).
  • Sandro Marques IILaboratório de Identificação e Pesquisa em Fauna Sinantrópica da Divisão de Vigilância de Zoonoses da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de São Paul o (DVZ/Covisa/SMS-SP).
  • Gérsio Garbin IIISetor de Educação da Subgerência de Gestão de Pessoas da Divisão de Vigilância de Zoonoses da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de São Paul o (DVZ/Covisa/SMS-SP).
  • Bernardo José Dicezare IVSupervisão de Vigilância em Saúde Butantan da Coordenadoria de Saúde Oeste da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (Suvis/CSO/SMS-SP).
  • Eunice Aparecida Bianchi Galati VDepartamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP).

Palavras-chave:

Psychodidae., Phlebotominae., Leishmaniose, Leishmania.

Resumo

Registros de casos de leishmaniose tegumentar na cidade de São Paulo, em parques e seus    entornos, desde a década de 1970, e o início da expansão da área de transmissão da leishmaniose    visceral, no final dos anos de 1990, levaram o Centro de Controle de Zoonoses do município de    São Paulo (atualmente Divisão de Vigilância de Zoonoses) a desenvolver coletas sistematizadas    de flebotomíneos em 12 áreas florestais da cidade, representadas por dez parques: Alfredo Volpi,    Anhanguera, Cantareira (Núcleo Pedra Grande), do Carmo, Ecológico Tietê, Fundação Parque    Zoológico, Guarapiranga, Jaraguá, Previdência e Tenente Siqueira Campos (Trianon), e em dois    fragmentos de matas residuais: do Instituto Butantan e da Secretaria da Agricultura do Estado de    São Paulo. As coletas foram realizadas com armadilhas automáticas luminosas tipos New Jersey    (NJ) e Center of Disease Control (CDC), entre 1981 e 2001. Flebotomíneos foram encontrados    em 10/12 áreas amostradas. Nos parques Guarapiranga e Siqueira Campos (Trianon) as coletas    foram negativas. No total das demais áreas, coletou-se 2.638 espécimes de flebotomíneos (79%    fêmeas e 21% machos) de 23 espécies, pertencentes a 11 gêneros Brumptomyia (5), Evandromyia    (1), Expapillata (1), Lutzomyia (1), Martinsmyia (1), Migonemyia (1), Nyssomyia (3), Pintomyia    (3), Psathyromyia (3), Psychodopygus (3) e Sciopemyia (1), e também quatro táxons identificados    apenas em nível de gênero. A maior riqueza de espécies (15 espécies + 1 Brumptomyia sp.) foi    encontrada no Parque da Cantareira. Pintomyia fischeri foi a única espécie coletada em todos os    locais e, com exceção do Instituto Butantan, onde Mg. migonei foi a mais frequente, prevaleceu em    todos os demais pontos. Estas duas espécies, assim como Nyssomyia intermedia, Ny. neivai e Ny.    whitmani, coletadas em alguns dos pontos, são consideradas vetoras de Leishmania braziliensis,    um dos agentes da leishmaniose tegumentar. Lutzomyia longipalpis, o principal vetor do agente da    leishmaniose visceral, não esteve representada nas amostras obtidas no estudo   

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Publicado

2018-09-30

Como Citar

1.
Fernandes Bertoletti Gonçalves E, de Oliveira Castelo N, Marques S, Garbin G, Dicezare BJ, Bianchi Galati EA. Flebotomíneos em parques florestais e outros fragmentos de mata da cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil . Bepa [Internet]. 30º de setembro de 2018 [citado 3º de maio de 2024];15(177):3-19. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37942

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