Associação entre autopercepção de saúde, marcadores de alimentação e estado nutricional: inquérito Vigitel do estado de São Paulo

Autores

  • Luciane Simões Duarte Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis | Centro de Vigilância Epidemiológica | Coordenadoria de Controle de Doenças. Secretaria de Estado de Saúde.
  • Aline Yukari Kurihayashi Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Nutrição Josué de Castro
  • Adriana Bouças Ribeiro Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis | Centro de Vigilância Epidemiológica | Coordenadoria de Controle de Doenças. Secretaria de Estado de Saúde.
  • Marco Antonio Moraes Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis | Centro de Vigilância Epidemiológica | Coordenadoria de Controle de Doenças. Secretaria de Estado de Saúde.
  • Mirian Matsura Shirassu Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis | Centro de Vigilância Epidemiológica | Coordenadoria de Controle de Doenças. Secretaria de Estado de Saúde.

DOI:

https://doi.org/10.57148/bepa.2022.v.19.38120

Palavras-chave:

Autoimagem, Adulto, Idoso, Dieta, Estado Nutricional

Resumo

Objetivo: Avaliar prevalência de autopercepção de saúde em adultos (18 a 59 anos) e pessoas idosas (≥60 anos) do estado de São Paulo; e analisar associação entre autopercepção negativa da saúde e marcadores de padrões de alimentação saudável e não saudável e estado nutricional. Métodos: Estudo transversal com 8.420 indivíduos (4.723 adultos e 3.697 pessoas idosas) do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2020 do estado de São Paulo. Autopercepção de saúde foi categorizada em positiva e negativa. Foram considerados marcadores de padrões saudáveis e não saudáveis de alimentação, e estado nutricional segundo Índice de Massa Corporal. Utilizou-se regressão logística, com nível de significância de 5%. Resultados: No total, 74,2% e 25,8% relataram autopercepção positiva e negativa, respectivamente. Autopercepção negativa foi superior entre pessoas idosas do que entre adultos (34,9% vs. 23,4%, p<0,001). Adultos que consumiram regularmente frutas e hortaliças (OR=0,5; IC95%:0,3-0,7) e cinco ou mais grupos de alimentos minimamente processados (OR=0,7; IC95%:0,5-0,9) tinham menor chance de autopercepção negativa, mas os que consumiram refrigerantes cinco ou mais dias da semana (OR=1,4; IC95%:1,0-1,9) tinham maior chance de autopercepção negativa. Adultos obesos apresentaram maior chance de autopercepção negativa (OR=1,9; IC95%:1,4-2,5). Entre as pessoas idosas, nenhuma variável permaneceu associada à autopercepção negativa. Conclusões: Considerável percentual de adultos e de pessoas idosas relataram autopercepção negativa, e os fatores associados foram distintos entre esses grupos. entre esses grupos populacionais. Recomenda-se a necessidade de análises estratificadas que considerem as particularidades das faixas etárias.

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Publicado

2022-12-29

Como Citar

1.
Duarte LS, Kurihayashi AY, Ribeiro AB, Moraes MA, Shirassu MM. Associação entre autopercepção de saúde, marcadores de alimentação e estado nutricional: inquérito Vigitel do estado de São Paulo. Bepa [Internet]. 29º de dezembro de 2022 [citado 25º de abril de 2024];19:1-23. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/38120

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