Resumo
O dia 1º de dezembro é marcado no calendário da saúde pública como data de celebração do Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Instituído em 1988, a campanha lançada pelo Organização Mundial da Saúde (OMS) para os últimos cinco anos (2011-2015), e lembrada a cada uma desses anos, é “Zero Mortes por Aids”. A meta é atualmente uma conquista possível. Mas o cenário era muito diferente no anos 80, considerados a idade média da aids, quando a nova doença surgia com a espada do crime e castigo. De lá para cá, a ciência desvendou mistérios do novo vírus, a sociedade teve que suplantar preconceitos, principalmente quando foi evidenciado que grupos de risco podemos ser todos nós. Novas drogas garantiram longevidade enquanto não há a vacina para a prevenção, definitiva, e mantêm a carga viral sob controle, muitas vezes indetectável. Uma grande conquista: a aids perdeu “sua cara”. A história da aids teve início no final do século passado e continua a ser escrita nesse século. O estado de São Paulo tem papel de destaque mundial na adoção de boas políticas para aids e podemos afirmar que tudo começou aqui. Muitos pioneiros nessa construção exitosa encontram-se na ativa. Especialistas que testemunharam os paradoxos apresentados pelo vírus emergente são hoje fontes importantes que podem contribuir para o registro dessa história cujo início já pode ser contado com a devida serenidade e análise, com certeza um dos episódios mais agudos da saúde pública. Se não houver o registro, a história se perde e o Boletim Epidemiológico Paulista tem a grata missão de publicar o artigo “Aids: uma história pessoal” contada pelos médicos Vicente Amato Neto e Jacyr Pasternak. Relato de dois especialistas que estiveram no olho do furação chamado HIV e que, hoje, nos brindam com um texto corajoso escrito na primeira pessoa do plural.
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Copyright (c) 2015 Marcos Boulos