Aspectos epidemiológicos e históricos do controle da doença de Chagas no Continente Americano

Autores

  • Elizabeth Visone Nunes Westphalen Instituto Adolfo Lutz
  • Márcia da Conceição Bisugo Instituto Adolfo Lutz
  • Maria de Fátima Lereno de Araújo Instituto Adolfo Lutz

Palavras-chave:

Doença de Chagas, Tripanossomíase americana, América Latina, Mecanismos de transmissão, Aspectos epidemiológicos, Aspectos históricos

Resumo

 A doença de Chagas é um dos maiores problemas de saúde pública da América  Latina. Após 103 anos de sua descoberta, continua negligenciada e ainda  representa a maior causa de óbitos entre as doenças parasitárias. A  sustentabilidade dos programas para o controle da transmissão da infecção  chagásica, instituídos em países como os do Cone Sul, deve-se a iniciativas  intergovernamentais e políticas que resultaram na melhoria dos serviços de  atenção à saúde, condições sanitárias e no desenvolvimento sócio-econômico.  No entanto, mesmo com a disponibilidade de tecnologia para o controle da  transmissão domiciliar, vários países ainda apresentam áreas infestadas por  triatomíneos e incidência variável da infecção chagásica, demonstrando que o  subdesenvolvimento, a pobreza e a falta de prioridade política são fatores  determinantes para a sua existência, emergência e re-emergência. Nas últimas  décadas, a transmissão de Trypanosoma cruzi transfusional, vetorial passiva ou  oral e congênita assumiram maior importância na manutenção da endemia e,  devido à imigração, a doença de Chagas passou a ser um problema de saúde  pública também em outros continentes. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Chagas E. Summula dos conhecimentos actuaes sobre a Tripanosomiasis americana. Mem Inst Oswaldo Cruz.1935; 30 (3): 387-416.

Rey L. Parasitologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1991.

Neves DP. Parasitologia Humana. São Paulo:Atheneu; 2010.

Barreto MP, Ribeiro RD. Reservatórios silvestres do Trypanosoma (Schizotrypanum) Cruzi Chagas, 1909. Rev Inst Adolfo Lutz. 1979; 39: 25-36.

Foratini OP. Biogeografia, origem e distribuição da domiciliação de triatomíneos no Brasil. Rev Saúde Pública. 1980; 14: 265-99.

FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz. [homepage na internet]. Doença de Chagas [acesso em 1 dez 2011]. Disponível em: www.fiocruz.br/chagas.

Ministério da Saúde. Vigilância em saúde: zoonose. Brasília; 2009 (Série B. Textos Básicos de Saúde; Cadernos de Atenção Básica, n.22) Acesso em: xx jan. 2013. Disponível em http: http://portal.saude.gov.br/ portal/arquivos/pdf/abcad22.pdf.

Dias JCP, Coura JR. Clínica e terapêutica da doença de Chagas: uma abordagem prática para o clínico geral. Rio de Janeiro: Fiocruz; 1997.

World Health Organization. Control of Chagas disease. Second report of the WHO Expert Committee. Geneva; 2002. (Technical Report Series, 905).

Vinhaes MC, Dias JCP. Doença de Chagas no Brasil. Cad Saúde Pública. 2000; 16 (2):7-12.

Briceño-León R. Chagas disease in the Americas: an ecohealth perspective. Cad Saúde Pública. 2009; 25 (1): 71- 82.

Dias JCP. Notas sobre o Trypanosoma cruzi suas características bio-ecológica, como agente de enfermidades transmitidas por alimentos. Rev Soc Bras Med Trop 2006; 39.

Ministério da Saúde. Doença de Chagas Aguda: manual prático de subsídio à notificação obrigatória no SINAN. Brasília (DF); 2004. [acesso em 13 abr 2011]. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/ svs/pub/pdfs/manual chagas.pdf.

World Health Organization - WHO/TDR. Report of the Scientific Working Group on Chagas disease. Buenos Aires, Geneva; 2007. [acesso em 13 abr 2011]. Disponível em: http://whqlibdoc.who.int/ hq/2007/TDR_SWG_09_spa.pdf.

Tartarotti E, Azeredo-Oliveira MTV, Ceron CR. Problemática vetorial da Doença de Chagas. Arq Ciênc Saúde. 2004; 11(1): 44-7.

Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 6.ed. Brasília (DF); 2002. [acesso em 02 maio 2012]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/ guia_vig_epi_vol_l.pdf.

Kropf SP. Doença de Chagas, doença do Brasil: ciência, saúde e nação (1909-1962) [tese de doutorado]. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense; 2006.

Silveira AC. Situação do controle da transmissão vetorial da doença de Chagas nas Américas. Cad Saúde Pública. 2000; 16(2): 35-42.

Dias JCP, Coura JR. Epidemiology, control and surveillance of Chagas disease – 100 years after its Discovery. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2009; 104 (1): 31-40.

Busvine JR, Barnes S. Observations on mortality among insects exposed to dry insecticidal fims. Bulletin of Entomological Research. 1947; 38: 80-1.

Camargo ME, Silva GR, Castilho EA, Silveira AC. Inquérito sorológico da prevalência da infecção chagásica no Brasil, 1975-1980. Rev Inst Med Trop São Paulo. 1984; 26: 192-204.

Marcilla A, Bargues MD, Ramsey JM, Magallon-Gastelum E, Schettino PMS, Abad-Franch F et al. The ITS-2 of the nuclear rDNA as a molecular marker for populations, species and phylogenetic relationships in triatomianae (hemiptera:Reduviidae), vectors of Chagas Disease. Mol Phylogenet Evol. 2001;18:136-42.

Dias JCP, Silveira AC, Schofield CJ. The impact of Chagas control in Latin América: a review. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2002; 97: 603-12.

Silveira AC. Epidemiologia e controle da doença de Chagas. Rev Saúde Pública. 1983; 1: 212-8.

Guhl F, Schofield CJ. Population genetics and control of Triatominae. Parasitol Today. 1996; 12:169-70.

Coura JR, Dias JCP. Epidemiology, control and surveillance of Chagas disease – 100 years after its discovery. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2009; 104 (1): 31-40.

Dias JCP. Epidemiology of Chagas disease. In: Wendel S; Brener Z; Camargo ME e Rassi A, orgs. Chagas disease (American Trypanosomiasis): it's impact on transfusion and clinical medicine. São Paulo: ISBT (International Society of Blood Transfusion); 1992.p. 49-80.

World Health Organization - WHO. Control of Chagas Disease. Technical Report Series 905. Geneva; 2002. [acesso em 05 jan 2012]. Disponível em: http://search.who.int/search?q=chagas+ disease+book&ie=utf8&site= default_collection&client= _en&proxystylesheet=_en&output= xml_no_dtd&oe=utf8.

Hayes RJ, Schofield CJ. Estimación de las tasas de incidencia de infecciones y parasitosis crónicas a partir de la prevalencia: La enfermedad de Chagas en América Latina. Boletín de la Oficina Sanitaria Panamericana. 1990; 108: 308-16.

Guhl F, Vallejo GA. Interruption of Chagas disease transmisión in the Andean Countries: Colombia. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1999; 94:413-5.

Reiche EMV, Inouye MMZ, Bonametti AM, Jankevicius JV. Doença de Chagas congênita: epidemiologia, diagnóstico laboratorial, prognóstico e tratamento. Jornal de Pediatria. 1996; 72.

Colli W, Alves MJM. Chagas um repensar de abordagens experimentais. Médicus HCFMUSP. 1998; 1:75-7.

Guillen G, Diaz R, Jemio A, Cassab JA, Pinto CT, Schofield CJ. Chagas disease vector control in Tupiza, Southern Bolivia. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1997; 92: 1-8.

García CA, Célis GD, León AM, León SP, Macchiavello CN, Miranda PJP, et al. Estudio clínico y epidemiológico en donantes de sangre seropositivos por trypanosoma cruzi. Rev Med Chile. 1997; 125: 905-10.

Ramsey JM, Ordoñez R, Cruz-Celis A, Alvear AL, Chavez V, Lopez R, et al. Distribuition of domestic triatominae and stratification of Chagas disease transmission in Oaxaca, Mexico. Med Vet Entomol. 2000; 14: 19-30.

Guzmán-Bracho C. Epidemiology of Chagas disease in México: an update. Trends Parasitol. 2001; 17: 372-6.

Molyneux DH, Morel C. Onchocerciasis and Chagas' disease control: the evolution of control via applied research through changing development scenarios. Br Med Bull. 1998; 54: 327-39.

Dias JCP. Elimination of Chagas disease transmission: perspectives Mem Inst Oswaldo Cruz. 2009; 104 (1).

Oliveira Filho AM. Differences of susceptibility of five triatomine species to pyrethroid insecticides-implications for Chagas disease vector control. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1999; 94: 425-8.

Ponce C. Hacia la eliminación de la transmision del Trypanosoma cruzi en Honduras y los paises de America Central. Medicina (Buenos Aires). 1999; 59: 117-9.

Pan American Health Organization/World Health Organization - PAHO/WHO. Health in the Americas, 2007, vol I - Regional, vol II – Country. Disponível em: www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd50/ saludA2007eng/intro2.pdf.

Dias JCP, Schofield CJ. The evolution of Chagas Disease (American Trypanosomiasis) control after 90 years since Carlos Chagas discovery. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1999; 94(1):103-22.

Gonçalves TCM, Oliveira E, Dias LS, Almeida MD, Nogueira WO, Pires FDA. An investigation on the ecology of Triatoma vitticeps (Satal, 1859) and its possible role in the transmission Trypanosoma cruzi, in the locality of Triunfo, Santa Maria Madalena Municipal District, State of Rio de Janeiro, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1998; 93:711-7.

Borges EC, Pires HHR, Barbosa SE, Nunes CMS, Pereira MH, Romanha AJ, et al. Genetic variability in Brazilian triatomines and the risk of domiciliation. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1999; 94(1): 371-3.

Coura JR, Junqueira ACV, Bóia MN, Fernandes O, Bonfante C, Campos JE, et al. Chagas disease in the brazilian amazon. IV. A new crosssectional study. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2002; 44:159-65.

Valente VC, Valente SAS, Noireau F, Carrasco HJ, Miles M A. Chagas disease in the amazon basin: association of panstrongylus geniculatus (hemiptera: reduviidae) with domestic pigs. J Med Entomol. 1998; 35: 99-103.

Ministério da Saúde. Guia de vigilância da doença de Chagas na Amazônia. Brasília (DF); 2005. [acesso em 9 nov 2011]. Disponível em: http:// portalweb05.saude.gov.br/portal/arquivos/ pdf/guiave amazonia.pdf.

Dias JCP. Mecanismos de Transmissão. In: Brener Z. e Andrade Z. Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1979. p. 152-74.

Dias JPC, Schofield CJ. Controle da transmissão transfusional da doença de Chagas na Iniciativa do Cone Sul. Rev Soc Bras Med Trop. 1998; 31.

Wanderley DMV; Gonzáles TT, Pereira MSCA, Nascimento RD, Moraes-Souza H. Controle da hemoterapia e da doença de chagas transfusional: 1988 e 1990. Rev Saúde Pública São Paulo. 1993; 27 (6).

Cerisola JA, Russo MC, Prado C, Yozami LBJ, Rohweder RW. In: Protozoologia Simposio Internacional sobre Enfermedad de Chagas. Estudio comparativo de diversos métodos parasitológicos en la enfermedad de Chagas aguda; 1972, Buenos Aires, Argentina. p. 97-100.

Schmunis GA. Trypanosoma cruzi, the etiologic agent of Chagas disease: status in the blood supply in endemic and nonendemic countries. Transfusion. 1991; 31: 547-57.

Moya PR, Moretti ERA. Doença de Chagas congênita. In: Dias JCP, Coura JR. Clinica e terapêutica da doença de Chagas: uma abordagem prática para o clínico geral. Rio de Janeiro: Fiocruz. 1997.p.33-66.

Bittencourt AL, Sadigursky M, Da Silva AA, Menezes CA, Marianetti MM, Guerra SC, et al. Evaluation of Chagas.s disease transmission through breast-feeding. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1988; 33: 37-9.

Rassi A, Amato Neto V, Rassi GG, Amato VS, Rassi Junior A, Luquetti AO et al. Busca retrospectiva da transmissão maternal da infecção chagásica em pacientes na fase crônica. Rev Soc Bras Med Trop. 2004; 37(6): 485-89.

Dias JC, Amato-Neto V. Prevenção referente às modalidades alternativas de transmissão do Trypanosoma cruzi no Brasil. Rev Soc Bras Med Trop. 2011; 44 (2): 68-72.

Ministério da Saúde. Doença de Chagas aguda por transmissão oral. Manual Prático de Subsídio à Notificação Obrigatória no SINAN. 2007. [acesso em: inserir a data de acesso] Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/ pdf/manual_chagas.pdf.

Valente SAS. Valente VC, Fraiha Neto H. Considerations on the epidemiology and transmission of Chagas Disease in the Brazilian Amazon. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1999; 94(1): 395-8.

Ministério da Saúde. Doença de Chagas Aguda relacionada à ingestão de caldo de cana em Santa Catarina. Nota Técnica - 29/3/2005 [homepage na internet]. [acesso em inserir a data de acesso] Disponível em: http://portal.saude.gov.br/ portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21267.

Sartori AM. Parasitemia por Trypanosoma cruzi em pacientes com doença de Chagas crônica co-infectados por vírus da imunodeficiência humana (HIV) [Tese de doutorado]. São Paulo: Faculdade de Medicina da USP; 2001.

Schmunis GA. Epidemiology of Chagas disease in non-endemic countries: the role of international migration. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2007; 102 (1):75-85.

Gascon J, Bern C, Pinazo MJ. Chagas' disease in Spain, the United States and other non-endemic countries. Acta Trop. 2009; 115(1-2): 22-7.

Pan American Health Organization/World Health Organization. Chagas disease; 2012. [acesso em 31 maio 2012]. Disponível em: http://new.paho.org/hq/index.php?option= com_content&task=view&id=5856&Itemid= 4196.

Downloads

Publicado

2012-09-28

Como Citar

1.
Visone Nunes Westphalen E, da Conceição Bisugo M, Lereno de Araújo M de F. Aspectos epidemiológicos e históricos do controle da doença de Chagas no Continente Americano . Bepa [Internet]. 28º de setembro de 2012 [citado 4º de maio de 2024];9(105):17-34. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/38341

Edição

Seção

Artigos de Revisão sistemática/metanálise

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)