Resumo
Em julho a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo perdeu um dos seus mais brilhantes médicos. Nós, da Coordenadoria de Controle de Doenças, perdemos o Fernando, dirigente do Instituto Clemente Ferreira – órgão quase centenário e referência para a tuberculose, ao qual dedicava apaixonadamente horas e horas de trabalho. Aliás, paixão sempre foi marcante nas diferentes atividades que este caro amigo desenvolveu: pela redução das desigualdades sociais, pela luta contra a tuberculose, pela inserção da instituição nas atividades de pesquisa, pela linda e cativante terra natal, o Estado do Pará, pela grandiosa esposa Margarida, pelos paparicados filhos e neto, pelo Corinthians... Durante os poucos anos em que convivemos pude observar a fala eloquente, às vezes com certo ar provocativo, com que defendia seus propósitos e projetos, o domínio da língua pátria e a riqueza do vocabulário utilizado, atributos daqueles a quem, acredito, devemos reverenciar como mestres. Líder nato, exímio conhecedor da sua especialidade, exerceu fascínio sobre alunos, funcionários e colegas. A dignidade com que se despediu da vida foi a última lição, talvez uma das mais importantes, que pudemos receber do Fernando. Nesta edição do Bepa dedicamos a ele, além deste editorial, uma nota biográfica que não teve a pretensão de expor seu brilhante currículo, mas contar um pouco da sua trajetória de vida e algumas de suas muitas histórias. O leitor também pode resgatar o artigo de revisão “A experiência brasileira no controle da multidroga-resistência” (BEPA. 2010;7(75):16-23), do qual Fernando é o primeiro autor. Até um dia, querido Fernando Augusto Fiuza de Mello. Clelia Aranda
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